Trânsito de Plutão em Capricórnio | Espaço do Céu Astrologia
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Uma só Vez na Vida – O Trânsito de Plutão em
Capricórnio no Mapa Natal

Autor:  Jerónimo Brignone (Argentina) em 26 de novembro de 2008

(Palestra apresentada no X Simpósio do SINARJ – 24/08/2008)

Apesar dos trânsitos dos planetas geracionais serem comumente considerados com relação a seusaspectos aos planetas natais, ou por sua passagem através das casas, seu trânsito pelo signo propriamente dito, que abrange toda a humanidade, costuma ser considerado quase que exclusivamente segundo a perspectiva da Astrologia Mundial.

No entanto, nossa experiência pessoal mostra que em tudo o que se refere ao processo a ser vivido durante esses anos, também pessoalmente o trânsito pelo signo apresenta possibilidades importantes de leitura, de acordo com a posição de Capricórnio, bem como a de seu regente, Saturno, e ainda a posição de Plutão no mapa natal.

Hipótese gerada pelos Trânsitos:

O planeta que transita representa um processo (que geralmente provem do exterior) que, através das experiências e vivências simbolizadas pelo planeta ou cúspide natal transitada OBRIGA o aprofundamento e a integração da forma mais madura e pessoal dos conteúdos do signo  que esteja sendo transitado.

Os significados são fornecidos pelos aspectos, a posição por signo, a casa natal e a(s) casa(s) regidas pelo planeta que transita, bem como os aspectos e a posição por signo e casa natal do regente do signo que recebe o trânsito. A importância essencial do signo corresponde a sua integração como parte da estrutura essencial que sustenta, em sua forma arquetípica, todo o sistema astrológico.

Os signos simbolizam a expressão do indivíduo, sob a forma de mandala, no tempo e no espaço, e são experimentados como as motivações e sentidos mais profundos que nos constituem.

Se Capricórnio é, no caso deste trânsito, o signo que leva a pessoa a ser, de forma mais madura e pessoal, aprofundada e integrada, quais são os  significados básicos que podemos associar a ele?

Em CAPRICÓRNIO temos:

Construção de uma identidade social pessoal.

Formação da estrutura no e para o mundo.

Assumir a responsabilidade pessoal.

Trabalho para a sociedade.

Plutão, o planeta que neste caso transita, mobilizará Capricórnio do modo e com os conteúdos que lhe são característicos.

Entre outros, podem ser considerados:

PLUTÃO

Ação social transcendente (oitava superior de Marte)

Transformação (Escorpião, VIII)  

Crise (VIII)

Ocultação (o rapto de Perséfone e a invisibilidade de Hades)  

Revelação explosiva (“o vulcão”)

Legado

Se vamos considerar que, em seu trânsito pessoal através do Mapa Natal, Plutão arrasta não só osconteúdos de sua posição por casa, signo e aspectos natais, bem como as casas eSignos que rege(consideramos aqui que, desde seu descobrimento, a regência de Plutão é posta em questão).

Qual signo(s) Plutão rege?

Os autores mais tradicionais, que se dedicam à recuperação do passado helenístico e medieval, preferemnão definir regências para os planetas transaturninos (geracionais).

O argentino Spicasc (Carlos Raitsing) dizia que, segundo suas observações, Plutão tinha alguma forma de regência sobre Capricórnio, bem como Saturno sobre Escorpião.

A questão da possível co-regência de Plutão sobre Áries.

Assim como no sistema clássico todo planeta rege um signo diurno (masculino) e outro noturno (feminino), autores como Joanne Wickenburg (Kepler College) postulam a dupla regência de Urano, Netuno e Plutão, lógica segundo uma perspectiva astronômica, de simetria e do simbolismo.

As regências originais mais populares foram estabelecidas de acordo com a coincidência das polaridades, assim como pelo simbolismo próprio dos signos: Urano recebeu a regência de Aquário porque é claramentediurno, e Netuno e Plutão, sendo noturnos, as de Peixes e Escorpião respectivamente.

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Além disso, Plutão é tradicionalmente considerado a “oitava superior” de Marte, o que reforça a possibilidade de sua co-regência diurna sobre o signo de Áries.
Esta condição está apoiada, tendo em vista o simbolismo, na idéia de ressurreição e re-início do ciclo Zodiacal (após Peixes), bem como em seu individualismo extremista.
Oskar Adler diz que Urano é o “reflexo” de Saturno (a espanhola Pepa Sanchís o chama seu “alter ego”), Netuno o de Júpiter e Plutão o de Marte.
Por isso, nesta exposição, usaremos como hipótese a co-regência de Plutão com relação a Áries.


Temas


A posição natal de Plutão indica o papel mais significativo que um indivíduo pode representar dentro de sua sociedade, e a de Saturno os mecanismos apropriados e a maneira idônea de conseguir realizar o papel social indicado por Plutão, posto que ambos são “amigos”…  (Jeff Green).
Vale lembrar que os dois são o limite (invisível e visível) de nosso sistema solar.

Considerando que ambos os planetas são o limite tradicional e visível (Saturno) e o moderno e invisível a olho nu (Plutão) do Sistema Solar, os dois são particularmente associados com:

A Sociedade como estrutura na qual participamos.

A Morte (limite existencial do ser humano).

Os Legados (o que fica de nossa efêmera passagem por este plano).

Ambos têm a ver com a constituição do Eu na Sociedade.

Ambos são exteriores (limite), o que se vê da postura pessoal frente aos demais (Saturno e sua analogia com a pele e a casa X; Plutão e a erupção do vulcão interior o expelido pelo intestino grosso -Escorpião- que será o “que é pago” e que nutrirá a vida coletiva futura, como ocorre na Natureza).

Ao mesmo tempo, por seu simbolismo tradicionalmente escuro (Plutão no Hades, Saturno expulso do Olímpo), ambos têm a ver com processos de introversão e ocultação.

O trânsito de Plutão pela Casa X (análoga a Capricórnio) segundo Jeff Green.

O processo começa com uma auto-reflexão, na qual são examinadas as dinâmicas internas que vinham criando as estruturas externas e a realidade da própria vida.

Isto pode levar prontamente à eliminação do que foi avaliado como inútil.

Aceitação da própria responsabilidade e culpa.

Surgimento de novos desejos e esquemas evolutivos no marco das responsabilidades e obrigações já existentes antes do inicio deste processo.

Cansaço, sentimento de vazio e insignificância pessoal.

Revisão da capacidade de crescimento que a atual ocupação profissional oferece (por isto, possibilidade de conflitos com superiores ou subordinados: “o Pai”- “Satanás vs. Jeová”).

Tentação de minar o poder ou a autoridade ameaçadora de outros.

Possibilidade de promoção, maior responsabilidade e poder.

Reinhold Ebertin, Ponto Médio Plutão/Saturno

Trabalho duro e pesado, atividade silenciosa, êxito na realização de novos planos, invenções.

Outras pessoas impedem que, o êxito merecido pelas próprias obras, possa ser colhido.

Energia auto-destrutiva.

Perda da própria fortuna ou posses.

Temáticas vinculadas ao trânsito

Os aspectos aportam o significado e a posição por signo e casa natais do planeta que transita (Plutão), incluídas as casas que rege (cúspides em Escorpião e Áries), bem como a posição por signo, casa e aspectos natais do planeta regente (Saturno) do signo (Capricórnio) que recebe o trânsito. O conjunto de planetas e cúspides natais que será mobilizado pelo planeta que transita, especialmente porconjunção.

A associação de Escorpião com a transgressão e o ódio (edípico? “Matar o Pai”: segundo Freud) inclui a probabilidade de conflitos a esse respeito. A combinação de ambos invoca o arquétipo judaico-cristão de Satanás confrontando-se com Jeová, o “Pai Terrível”.

Do ponto de vista vivencial, os trânsitos de Plutão são experimentados:

“No corpo” (visceralmente, como um tema “intestino”) com grande intensidade e sensação de perigo que tem matizes “de vida ou morte” no qual há um antes y um depois definitivo (“sem retorno”: morte e ressurreição).

O trânsito de Plutão por Capricórnio é particularmente importante para todo ser humano porque:

Os dois regentes são afins,

Têm importantes consequências no Destino do indivíduo,

Plutão ao ingressar em Capricórnio cruza um dos pontos do eixo de solstícios, a “Cruz Arquetípica”, do Zodíaco.

Por outro lado, segundo nossa observação e a de muitos astrólogos, os efeitos do ciclo completo de um trânsito por um signo ( 16 a 17 anos neste caso) se apresentam tão logo o planeta (Plutão) entra no signo, como se antecipasse todos os aspectos que fará durante sua passagem.

Assim como, de um modo diferente e como se fosse uma conclusão do processo, no momento em que está abandonando o signo.

Os casos que apresentaremos ilustrarão esta observação empírica, de acordo com as características de cada Mapa Natal, o simbolismo envolvido e a vida à qual corresponde.

As Três Últimas Passagens de Plutão por Capricórnio

Século XVI – 02/01/1516 – 20/12/1532  (  no grau 15:  25/02/1523)

Século XVIII – 07/01/1762 – 30/11/1778 ( no grau 15:  14/01/1769)

Século XXI – 26/01/2008 – 19/11/2024 (no grau 15: 01/03/2015) (definitivo: 27/11/2008)

Hipótese de trabalho

Utilizando o Mapa Natal abordaremos alguns casos de pessoas conhecidas que viveram o trânsito de Plutão pelo signo de Capricórnio nos séculos XVI e XVIII.

Aplicaremos as ideias antes mencionadas, no sentido de observar sua relevância. Deste modo, poderemos antecipar as principais características da atual passagem de Plutão por Capricórnio em nossos próprios Mapas Natais, nos de nossos clientes e das pessoas que nos rodeiam. Para isto, vamos analisar os casos, por ordem da idade, em que estavam quando o trânsito começou em seus Mapas.

Por ordem de idade (em janeiro de 1516 e de 1762)
Wolfgang Amadeus Mozart  (6 anos)
Johan Wolfgang Von Goethe (12 anos)
Benvenuto Cellini  (15 anos)
Enrique VIII  (24 anos)
Martín Lutero  (32 anos)
Rafael Sanzi  (32 anos)
Immanuel Kant  (37 anos)
Michelangelo Buonarroti  (40 anos)
Nicolás Copérnico  (42 anos)
Nicolás Maquiavelo  (46 anos)
Leonardo Da Vinci  (63 anos)

W. A. Mozart (27/1/1756 – 12/1/1791)

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(27/01/1956 – 19:07:56 – 13º E 01′ – 47º N 48′)
Plutão natal em Sagitário na IV conjunção a Lua, sextil Júpiter em Libra na II, quadratura Urano em Peixes na VII. Regente da III (e VIII)
Capricórnio na V (e IV). Saturno em Aquário na V conjunção ao Sol e Mercúrio (regente da I e X)  
Plutão em trânsito:

Oposição a Marte em Câncer na casa X, sextil Urano em Peixes na VII bem angular, quadratura Júpiter em Libra na II.


O que ocorreu?
Mozart tinha apenas 06 anos e já era uma criança prodígio. 10 dias após o ingresso de Plutão em Capricórnio, ele iniciou sua primeira grande viagem em família, que foi decidida pelo pai para tornar internacionalmente conhecido seu talento precoce (oposição Marte em Câncer na X). Foram ao Imperador José II de Habsburgo, em Munique e em seguida à Maria Teresa de Viena. Depois Versalhes, Londres, Holanda, etc.
Aos quatorze anos (!!!) foi nomeado Maestro de Concertos na corte de Salzburg, e ocorreu o famoso episodio do Miserere de Allegri como revelação ao Papa no Vaticano (entrada de Plutão na casa V).

Em que pese tudo isto, os biógrafos designam estes como “os anos de lutas”: dificuldades, limitações, mal pagamento (o cargo que tinha era ad honorem), problemas com seu superior, o Cardeal de Salzburg, que, finalmente, a pedido de Mozart, o demite de um golpe.


Nasce assim o primeiro músico independente do futuro Romantismo, exatamente quando Plutão abandona Capricórnio e entra na conjunção ao Saturno natal em Aquário.


Em resumo, Plutão arrasta conteúdos muito pessoais, que promovem a liberdade interior e a mobilidade (regente de Escorpião na casa III, conjunção Lua em Sagitário na IV, sextil Júpiter em Libra e quadratura Urano na VII).


Capricórnio está particularmente determinado na casa V (cúspide) e na IV, com Saturno na V, junto ao Sol e Mercúrio (regente do Ascendente e do Meio do Céu) em Aquário: a auto-afirmação de um eu criativo diferenciado.


O trânsito coincide com a primeira viagem “em família” (Plutão conjunção Lua em Sagitário na IV, trânsito inicial oposição Marte em Câncer na X), decidido por seu Pai, para revelar seu talento ao mundo.


Em seguida, a revelação maior e a nomeação coincidem com a conjunção com  a cúspide da V e o trânsito de Saturno pela casa X.
Porém virão anos de dificuldades com a figura de autoridade (o Cardeal de Salzburg), onde Mozart elaborará sua necessidade de redefinir seu papel social e sua própria autoridade.


Com a saída de Plutão de Capricórnio (enquanto Saturno estava em Escorpião) Mozart consegue ser demitido e começa assim sua carreira “independente” (Aquário), inaugurando uma nova identidade que chegará como característica aos músicos do futuro.


Johann W. Von Goethe (28/8/1749 – 22/3/1832)

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(28/08/1749 – 11:25:26 – 008º E 41′ – 50º N 07′)
Plutão em Escorpião na I, grande trígono Júpiter em Peixes na IV, Netuno em Câncer na IX, sextil Vênus em Virgem na X (pipa), quadratura Mercúrio em Leão na IX (e, dissociada, com Sol Virgem na X). Regente da I (e V)
Capricórnio na III (e II), com Marte e Nodo na II. Saturno em Escorpião na XII conjunção Ascendente, quadratura Urano em Aquário na III e trígono Lua em Peixes na IV.


Plutão em trânsito:
Conjunção Marte Capricórnio II, trígono Sol Virgem X, sextil Lua Peixes IV e Saturno Escorpião XII-I, conjunção Nodo Capricórnio II, sextil Júpiter Peixes IV, oposição Netuno Câncer IX, trígono Vênus Virgem X, sextil Plutão Escorpião I em 29º de Escorpião na I.


O que ocorreu?
Goethe tinha 13 anos quando Plutão entrou em Capricórnio. Três anos depois começa a estudar Direito. Aos 23 anos se torna amigo do filósofo Herder, criador do Romantismo Alemão, e escreve seu primeiro romance (Plutão transita então a cúspide da III, ativando a pipa). Começa a escrever Fausto (com o personagem de Mefistófeles). Em seguida, com Werther, inicia o movimento literário romântico chamado Sturm und Drag.

Imediatamente aceita o oferecimento que lhe fazem na República de Weimar para ocupar um cargo público. Aceita para “fugir da advocacia”.


Ali, a política administrativa assumida o obriga a abandonar a literatura por dez anos (Plutão em sextil a si mesmo no grau 29º; em seguida, trânsito por Aquário interceptado na casa III).


Como ocorreu com Mozart, o trânsito abrange tanto a ascensão aos estudos em uma área que tinha a ver com a pressão paterna como a revelação de Goethe como escritor emblemático do Romantismo alemão, sintetizados na pipa que engloba o Grande Trígono de Plutão (vale lembrar a onda de suicídios causada porWerther: Plutão regente do Ascendente em 29° Escorpião na I), Netuno em Câncer na IX e Júpiter em Peixes na IV, oposto a Vênus em Virgem na X.


O mais significativo do período é o abandono da primeira carreira assumida (trânsito de Plutão pela cúspide da casa III e Saturno pela casa X).


Porém também o abandono transitório (autossequestro) dessa identidade literária, revelada neste mesmo trânsito, ao mesmo tempo que materializava o outro abandono, assumindo pesadas responsabilidades administrativas na busca de si mesmo e de sua identidade criativa (Plutão na I regente da I e da V; Saturno, regente da III, na XII conjunção Ascendente).


Benvenuto Cellini  (12/11/1500 – 15/2/1571)

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(02/11/1500 – 20:07:56 – 11º E 16′ – 43º N 46).
Plutão em Escorpião na V (também Vênus, Marte, Sol e Mercúrio em Escorpião), conjunção Sol em Escorpião na V, trígono Júpiter em Peixes na IX e sesquiquadratura com Lua em Áries na X. Regente da V (e X).  Capricórnio na VII-VI, com Netuno na VI.
Saturno em Gêmeos na XI sem aspectos maiores (quincunce Mercúrio e Vênus em Escorpião IV e larga quadratura dissociada com Urano em Aquário na VIII).


Plutão em trânsito:
Sextil Mercúrio, Vênus, Marte Escorpião IV, quadratura Lua Áries X, conjunção Netuno Capricórnio VI, sextil Júpiter Peixes IX, Sol e Plutão Escorpião V.


O que ocorreu?
Cellini tinha 15 anos quando Plutão entrou em Capricórnio, coincidindo exatamente com seu começo na ourivesaria (ativação do quincunce Mercúrio, Vênus e Marte a saturno em Gêmeos), porém teve que escapar para Siena por suas eternas pendências. Tal como escreve, já muito mais velho, em sua fantasiosa autobiografia, teve uma agitadíssima e intensa vida amorosa, cheia de crimes passionais. Apesar disto, durante o período seu talento é revelado. Em 1519 é discípulo de Michelangelo em Roma.

Ao final do mesmo, sob a proteção do Papa Clemente VII, recebe em 1529 uma importante nomeação (trânsito de Plutão sextil ao trígono de Júpiter em Peixes na IX com o Sol e Plutão em Escorpião na V).


Como também ocorreu com Mozart, o trânsito coincide exatamente com a revelação de seu talento, neste caso como ourives, e dados os seus bons aspectos e porque vários planetas pessoais estão à sua disposição, em linhas gerais, êxito, reconhecimento e patrocínios profissionais (Plutão em Escorpião conjunção Sol na V, rege V e X, enquanto Saturno em Gêmeos (mãos) na XI tem à sua disposição Netuno na VI.


Porém, também foi marcado por exílios obrigatórios, por suas pendências amorosas e crimes passionais (Plutão na V com Vênus, Marte e Mercúrio em Escorpião, cúspide da VII em Capricórnio).


Henrique VIII (7/7/1491 – 28/1/1547)

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(28/06/1491-10:40 – 0º W 00′ – 51º N29′)
Plutão em 29º Libra na II, trígono Júpiter em Gêmeos na IX-X e quadratura Urano em Capricórnio na IV; semi-sextil Nodo em Escorpião oposição a Vênus em Gêmeos na IX (conjunção. Nodo Sul) e focal da Quadrada T com Mercúrio em Leão na XI oposição Saturno em Aquário na V. Regente da III (e VII-VIII)
Capricórnio interceptado na IV, com Urano dentro oposição ao Sol em Câncer Xinterceptado. Saturno em Aquário na V, oposição Mercúrio em Leão na XI, trígono Vênus em Gêmeos na IX e sextil Lua em Áries na VII.


Plutão em trânsito:
Quadratura Lua Áries VII, oposição Sol Câncer X, conjunção Urano Capricórnio IV, quadratura Plutão Libra II.


O que ocorreu?
Henrique VIII tinha 24 anos quando Plutão entrou em Capricórnio e seu trânsito coincidiu com o início do tema da sucessão e suas consequências político-religiosas mundiais. Coroado em 1509, o início do trânsito em 1516 acompanha o nascimento de sua filha Maria. Porém, como necessitava um filho homem para uma sucessão que garantisse a pacificação política a longo prazo, começou a cortejar sua cunhada Ana Bolena, porque parecia que sua esposa não lhe daria o desejado sucessor.

Começaram assim os delicados e conflitados tratos com o Vaticano para conseguir o divórcio. Ante a negativa da Igreja, decidiu casar-se igualmente (Plutão em trânsito quadratura Lua em Áries VII, oposição Sol em Câncer X , conjunção Urano em Capricórnio IV , quadratura Plutão em 29º Libra).


Em seguida à saída de Plutão de Capricórnio, foi excomungado, em 23/1/1533, e  casou-se imediatamente com Ana, iniciando a primeira cisão europeia com a Igreja Romana, que debilitaria definitivamente o poderio desta instituição e fortaleceria economicamente a Inglaterra, com sua nova Igreja Anglicana.


Assim, foram postos em relevo os conteúdos de pátria e família, que se associam a Capricórnio interceptado na IV, incluindo uma necessidade de independência a este respeito (Urano, oposto ao Sol em Câncer na X também interceptado), rebelando-se conflituosamente contra o “Pai” (o Papa) e tentando assumir sua própria paternidade, biológica e simbólica (Chefe da Igreja).


Isto através de conteúdos complexos matrimoniais de seu Plutão (em 29° Libra, regente de Áries na VII e VIII, quincunce Vênus conjunção ao Nodo sul em Gêmeos – a variedade, “as irmãs”), que tiveram como cenário:


o conflito vinculado aos filhos próprios ou alheios (“da esposa”) como materializadores da esperada sucessão (Saturno na V oposição Mercúrio em Leão na XI, Urano em Capricórnio regente da V).


Martín Lutero (19/11/1483 – 18/2/1546)

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(27/03/1483 – 20:39:28 – 12º E 38 – 43º N 44)
Plutão em Libra na XI, oposição Vênus e Sol em Áries na V, sextil Netuno em Sagitário na I, trígono. Marte em Gêmeos na VII.  Regente da I e XII (e V).
Capricórnio na II-III, sem a presença de planetas
Saturno em Escorpião na XII, sem aspectos maiores, quincunce Marte em Gêmeos na VII.


Plutão em trânsito:
Em vida: quadratura Júpiter Libra X, sextil Saturno Escorpião XII, quadratura. Plutão Libra.


O que ocorreu?
Rafael tinha 32 anos quando Plutão entrou em Capricórnio, e seu trânsito coincidiu com seus últimos quatro anos de vida.
Tanto ele como seus conhecidos diziam que sua morte foi devida a seus notórios  e constantes excessos sexuais.
Aqui o trânsito coincidiu com sua morte em idade jovem, provocada, segundo seus conhecidos, por seus próprios atos (Plutão rege I e XII, e Saturno está em Escorpião na XII), especificamente ligados a excessos sexuais (Plutão, regente da I, XII e V em Libra oposição Vênus e Sol em Áries na V, sextil Netuno em Sagitário na I e trígono a Marte em Gêmeos na VII, Saturno em Escorpião na XII, quase todo Capricórnio na casa II – também o corpo físico e sexualidade – sem aspectos maiores, porém também quincunce a Marte.

Neste caso sua revelação como artista já havia ocorrido previamente.  A ativação de Plutão e Saturno natais, tão “sexuais” como negativos (casas e aspectos maléficos) levou a que vivesse até às últimas consequências, de um modo  autodestrutivo,  o simbolismo que  ambos manifestam em seu Mapa.


Immanuel Kant (22/4/1724 – 12/2/1804 )

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(22/04/1724 – 01:37:56 – 28º E 31′- 54º N 42′)
Plutão em Virgem interceptado na VII, trígono Netuno em Touro na III (regente de Peixes interceptado na I). Regente da IX-VIII (e I-II).
Capricórnio na XI, com Saturno dentro.
Saturno em Capricórnio na XI, quadratura Lua em Áries na I, sesquiquadratura Netuno em Touro na III.


Plutão em trânsito:
Sextil Urano Escorpião VIII, trígono Sol Touro II, quadratura Lua Áries I, conjunção Saturno Capricórnio XI, oposição Marte Câncer V, quadratura Mercúrio Áries I, trígono Plutão Virgem VII e Netuno Touro III.

O que ocorreu?
Kant tinha 37 anos quando Plutão entrou em Capricórnio, justo quando começou a publicar livros de Lógica e Filosofia.
Em 1770 começa como professor de Lógica e Metafísica; é quando diz “despertar de seu sonho dogmático” graças a Hume (justo em seguida a quadratura de Plutão em trânsito a Saturno e Lua).

Logo após tem início um silêncio de onze anos, durante os quais produzirá a obra que sustentará sua fama póstuma: a Crítica da Razão Pura (grande trígono de  Plutão em trânsito  ao trígono natal a Plutão em Virgem e (Netuno em Touro na III).


Michelangelo Buonarroti  (15/3/1475 – 18/2/1564)

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(06/03/1475- 00:57:04 – 11º E 59 – 43° N 54′)
Plutão em Virgem na IX, sextil Netuno em Escorpião na XI, e Saturno interceptado em Câncer na VII, oposição Marte e Sol em Peixes na III (pipa). Regente da XI (e IV).
Capricórnio interceptado na I, sem planetas.
Saturno em Câncer na VII, interceptado, trígono Marte em Peixes na III e Netuno em Escorpião na XI, sextil Plutão em Virgem na IX.


Plutão em trânsito:
Sextil Lua Peixes II, oposição Saturno Câncer VII, sextil Marte Peixes III, trígono Plutão Virgem IX, sextil Netuno Escorpião XI, Sol Peixes III, quadratura Vênus Áries IV.


O que ocorreu?
Michelangelo tinha 40 anos quando Plutão entrou em Capricórnio. Durante sua passagem pelo signo houve projetos falidos de arquitetura de igrejas, problemas políticos, pequenos exílios, e é anterior e posterior às suas grandes obras no Vaticano.

O período está marcado por amores homossexuais turbulentos: em 1522 Gerardo Perini o rouba, em 1532 Febbo di Poggio lhe pede dinheiro como resposta a seus poemas de amor, e nesse mesmo ano, aos 57 aos, conhece seu grande amor até à morte, Tommaso Dei Cavalieri, de 16 anos de idade, a quem escreve sua primeira carta de amor em 1/1/1533 (onze dias depois da saída definitiva de Plutão de Capricórnio).


O trânsito em um signo interceptado na I, põe a descoberto o principal aspecto a seu dispositor, também interceptado: Saturno em Câncer na VII, com todos os seus aspectos.


Com muita má sorte e obscuridade no campo profissional, há grande produção literária (Marte e Sol na III, Plutão na IX, Netuno em Escorpião regente da III) em decorrência de seus amores homossexuais, que revelam à posteridade o seu verdadeiro “eu” (Capricórnio na I interceptado) vinculado (Saturno interceptado na VII).


O último aspecto de Plutão em trânsito a Vênus mostra a característica amorosa dessa conclusão


Nicolás Copérnico  (28/2/1473 – 24/5/1543)

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(19/02/1473 – 16:48 – 18º E 35′ – 58º N 02′)
Plutão em Virgem na I, sextil Netuno em Escorpião na III, quadratura Saturno em Gêmeos na X, oposição.
Regente da IV (e IX), e de planetas na III.
Capricórnio na V, sem planetas. Saturno em Gêmeos na X, quadratura Plutão em Virgem na I.

 
Plutão em trânsito:
Sextil Sol Peixes VII, Urano Escorpião III, quadratura Vênus Áries VIII, sextil Netuno Escorpião III, trígono Plutão Virgem I, finalmente sextil Mercúrio em 26º Peixes VIII (dispositor de Saturno).


O que ocorreu?
Copérnico tinha 42 anos quando Plutão entrou em Capricórnio. Duranteo trânsito nesse signo, volta a seu país, Prússia (1523, Saturno em trânsito oposição Ascendente), com doutorados prévios em Direito, Medicina em Bolonha, Canônico em Frauenburg, Ciências e Economia na França.

Uma vez reinstalado na Prússia, se dedicou à administração da diocese de Warmia (Saturno em trânsito oposição Plutão), exerceu a Medicina, ocupou outros cargos administrativos e levou a cabo seu imenso e primordial trabalho em Astronomia.

Escreve a respeito em sua obra fundamental, De Revolutionibus Orbium Coelestium  de 1507 a 1532 (o tramite final coincide com o trânsito de Plutão em Capricórnio em sextil a Mercúrio em Peixes na VIII). Em 1533 Clemente VII, em Roma, escuta com grande interesse sua teoria.


Em que pese isto, manteve o trabalho escrito “oculto”, quer dizer, autossequestrado, por prudência e dúvidas com relação aos detalhes, até sua publicação póstuma em 1543.


Repetiu-se deste modo, como em outros casos antes descritos, a sequencia de revelação, assumir responsabilidades, “gestação” silenciosa e uma combinação de revelação e ocultação por suas próprias mãos de seu legado para a posteridade.


Nicolás Maquiavel (11/5/1469 – 21/6/1527)

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(02/05/1469 – 10:22 – 11º E 15′ – 43º N 47′)
Plutão em Virgem na VIII, sextil Netuno em Escorpião conjunção Meio do Céu, trígono Saturno em Touro na III, quadratura Mercúrio em Gêmeos na V, oposição Marte em Peixes na II, quincunce Nodo Norte na I.
Regente da X (e III).  Capricórnio (Ascendente) na I-XII, sem planetas.
Saturno em Touro na III conjunção IV, oposição Netuno em Escorpião na IX/X, trígono Plutão em Virgem na VIII, quadratura Lua e Nodo na I.


O que ocorreu?
Maquiavel tinha 46 anos quando Plutão entrou em Capricórnio (Plutão VIII) e morreu em desgraça durante seu trânsito pelo signo (embora tenha chegado a fazer todos os seus aspectos em vida).
Antes, enquanto transitava sua casa XII: havia estado na prisão, torturado e exilado por causa das mesmas intrigas políticas que descreve magistralmente em seu livro O Príncipe, escrito antes (1513).
O período tem inicio com os escritos, na prisão, de suas comédias mais famosas (incluída A Mandrágora). Recebeu anistia em 1521, quando Plutão estava em conjunção ao Ascendente.
Apesar disto, é novamente encarcerado, torturado e exilado por difamações. Liberado, logo ganha na loteria.

Começa estudos de grego, traduz Polibio, e o Papa encomenda a ele uma História de Florença, sua pátria, a cidade onde morrerá.
Porém este texto lhe traz difamações, problemas, e morre na desgraça e esquecimento.


Leonardo Da Vinci (23/4/1452 – 2/5/1519)

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(14/04/1452 – 20:56:16 – 10º E 56′ – 43º N 45′) Plutão em Leão na VIII, quadratura. Sol em Touro na V, trígono Mercúrio em Áries na IV, sextil Saturno em Libra na X, quincuncio Nodo em Capricórnio na I.  Regente da XII (e V). Capricórnio na II-I, contém o Nodo. Saturno em Libra na X, trígono Marte em Aquário na II, oposição Mercúrio em Áries na IV.
Plutão em trânsito: Em vida: sextil Júpiter e Lua Peixes III, trígono Sol Touro V, conjunção Nodo Capricórnio I (quincunce Plutão na VIII).


O que ocorreu?
Da Vinci tinha 63 anos quando Plutão entrou em Capricórnio, e o trânsito durou os últimos três anos de sua vida (Plutão na VIII).
Quando Plutão entra definitivamente no signo, em 1517, Da Vinci deve fugir da Itália por acusações de bruxaria. O rei da França, Francisco I, o convida para sua corte e vive ali exilado e protegido.


Assim, através de um processo difícil (Plutão na VIII regente da XII quadratura Sol, seu dispositor), afirma seu próprio valor e autoridade, bem como a autoridade alheia.  Porém houve “autosequestro”, conflito, desqualificação de tudo anteriormente feito e um novo começo. “Graças” ao sucedido, com relação ao Louvre, houve melhores garantias de fama póstuma e de preservação de seu legado para a Humanidade (Plutão em trânsito trígono Sol em Touro na V).

Na breve entrada e saída de Plutão de Capricórnio, de 26 de janeiro a 14 de junho de 2008.


Com base no demonstrado nestes onze casos, acreditamos que é possível e, por isto, recomendável nos aventurarmos nos possíveis efeitos do atual trânsito de Plutão pelo signo de Capricórnio nos Mapas Natais, de modo a podermos obter uma maior e melhor consciência possível dos conteúdos, desafios, oportunidades e processos tão significativos a serem vividos nesse período.


Talvez, na breve entrada e saída de Plutão de Capricórnio, de 26 de janeiro a 14 de junho de 2008, cada um de nós já tenha tido um prenúncio de parte daquilo que virá, de modo que já conta com alguns dados de sua realidade concreta que, lidos em relação aos significadores do Mapa Natal recomendados e com intuição, podem dar uma pista de quais os conteúdos que devemos prestar atenção em nossas vidas, a partir da entrada definitiva em 27 de novembro de 2008.


Rio de Janeiro, 26 de Novembro 2008.


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