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Os Desafios e Mudanças de Plutão em Capricórnio

Autora: Celisa Beranger em 23 de setembro de 2008

(Palestra apresentada no X Simpósio do SINARJ – 24/08/2008)


Sabemos que em função da orbita de Plutão ser muito alongada seu movimento através dos signos é muito variável. A partir de nossa visão geocêntrica, o movimento mais lento ocorre nos signos de Áries, Touro e Gêmeos.


Em Touro ocorre sua distância máxima do Sol, ou melhor, seu afélio. O movimento mais rápido ocorre em Libra, Escorpião e Sagitário. Em Escorpião ocorre sua menor distância com relação ao Sol, seu periélio.


Podemos então dizer que a partir da entrada em Capricórnio, Plutão começa a preparar-se para sua jornada mais lenta.

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Anualmente, em 21 ou 22 de dezembro, a entrada do Sol no grau 0º de Capricórnio marca o Solstício de verão para nosso hemisfério.  A partir deste ponto o Sol deixa de afastar-se do Equador Celeste e recomeça uma nova ascensão até encontrá-lo no Equinócio. Na ocasião do solstício de dezembro, no antigo Império Romano, havia uma grande festa para celebrar o “Dia do Nascimento do Sol Invencível”.

 

Por analogia, com relação ao Sol, podemos dizer que no grau zero de Capricórnio Plutão recomeça seu ciclo. Mas há uma questão ainda mais importante: a entrada de Plutão em Capricórnio inaugura um tempo no qual 4 dos 5 planetas lentos se confrontarão nos signos cardinais.


Saturno entra em Libra em 2009, Urano entra em Áries em 2010, Júpiter entra em Áries em 2011.

Este será um tempo crucial para a humanidade, um tempo de tensões e conflitos, mas também de renovação. A passagem de planetas geracionais por Capricórnio corresponde a mudanças políticas dramáticas, com sentido revolucionário, como ocorreu com a queda do Muro de Berlim ou o desmantelamento da União Soviética (ambos com Urano e Netuno em Capricórnio), que deu origem a novos países, porque  Capricórnio aumenta a determinação para emergência de novas nações. Os Estados Unidos da América do Norte surgiram como nação na última passagem de Plutão por Capricórnio (1762 a 1777) e o nosso Brasil na passagem anterior de Urano e Netuno.

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Durante a passagem por Capricórnio, Plutão alcançará seu próprio nodo sul heliocêntrico, no grau 20, e quando atingir este ponto (2018-2019) os desafios da humanidade estarão ainda mais enfatizados e a chamada para transformação atingirá seu grau máximo de urgência.


Plutão entra definitivamente em Capricórnio em 27/11/2008 e lá permanecerá até 19/11/2024, data em que entra definitivamente em Aquário, embora ainda volte a Capricórnio entre 01/09 e 18/11 de 2024. Seu percurso por Capricórnio será ainda mais marcante em função do desenvolvimento de seus ciclos com Saturno e Urano.

Capricórnio é um princípio de delimitação e aí Plutão testará todas as estruturas até o limite, sejam elas políticas, sociais, econômicas, culturais, geológicas ou ambientais. Também será testada a estrutura individual de cada um de nós.


A humanidade enfrentará um grande número de desafios: tensões políticas, escassez de recursos, conflitos para sua obtenção e aumento dos movimentos das placas tectônicas. Os desafios ocasionarão grandes mudanças e estas  levarão a uma nova ordem no mundo.


Vejamos agora as principais mudanças que Plutão em Capricórnio irá promover.
Capricórnio representa o poder institucionalizado, a política e suas instituições e Plutão trará à tona o mau uso do poder e da ambição pessoal.


– Mobilizará nossa relação com o poder institucionalizado.
– Mudará o conceito de poder político e a maneira como lidamos com o poder, seja ele político, socioeconômico ou religioso.
– Surgirão novos modelos de representação para atender às necessidades de um mundo globalizado em mutação.
– Equilíbrio de poder será desafiado porque ocorrerão diversos conflitos.
– Mudanças políticas e governamentais.
– Emergência de novos países.


Outras mudanças:
– Mudanças na relação com o trabalho.
– Nova relação com o divino.
– Confrontação com limites e falta de recursos.
– Movimentação das placas tectônicas provocando tremores, terremotos e erupções vulcânicas.


CICLOS PLANETÁRIOS:


Na passagem por Capricórnio serão desenvolvidos ciclos planetários importantes e o período de conflitos pode ser identificado astrologicamente nos ciclos Saturno-Plutão e Urano-Plutão.

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CICLO SATURNO-URANO


Antes de abordarmos os ciclos de Plutão é necessário falarmos do ciclo Saturno-Urano cuja oposição começa a desenvolver-se já agora “em setembro. O ciclo teve inicio em 18/10/1988 em sua culminação, indica a quebra da ordem antiga e da autoridade através de uma confrontação radical. Estruturas de poder totalitário serão forçadas a abrir mão do controle centralizado e com isto antigos caminhos e velhas formas de governo terão que ser deixados para trás. Em seus aspectos tensos este ciclo também promove reviravoltas econômicas.


Este ciclo reverbera fortemente na política e economia dos Estados Unidos, que assumiram a posição de poder único no mundo na conjunção de 1988, embora também afete o Oriente Médio.

CICLO SATURNO-PLUTÃO
Teve início em 08/11/1982, coincidindo com o término da guerra-fria. Esta ultima conjunção promoveu a abertura da China para o resto do mundo. Seus aspectos tensos indicam confrontos muitos duros. Na oposição, em 2001, tivemos o ataque aos Estados Unidos que derrubou o World Trade Center de New York dando origem aos ataques ao Afeganistão e depois Iraque, mas também ocorreu uma forte desaceleração na economia mundial. A quadratura de 2009 e 2010 deverá promover mudanças na estrutura política e depressão econômica, e somando-se às reviravoltas econômicas da oposição Saturno-Urano. A renovação com relação a novas estruturas de governo só deverá completar-se na próxima conjunção em 2020.


CICLO URANO-PLUTÃO
Iniciado em 30/06/1966, indica reestruturação dos povos  e nações, destruição repentina de  concepções rotineiras para inclusão de inovações. A luta para expressão de valores poderá fazer ressurgir a ação popular direta, como ocorreu especialmente em 1968 com as revoltas estudantis. Participamos deste movimento no Brasil.
Os três ciclos, Saturno-Urano, Saturno-Plutão e Urano-Plutão se encontrarão em 2010 formando uma quadratura T, em signos cardinais. A quadratura T sugere primeiro uma quebra e depois um renascimento. Especialmente em signos cardinais esta figura indica a necessidade de iniciar novos caminhos, tanto no que se refere à geração de poder quanto aos sistemas para administração de recursos.
Vejamos agora os Países que terão uma maior participação nas mudanças.


Estados Unidos, constituído na passagem anterior de Plutão por Capricórnio, com Sol, Mercúrio, Vênus e Júpiter em Câncer, seguramente passará por transformações marcantes. Quando Plutão passou por Câncer (“1912 a 1939”), ocorreram conflitos e a depressão econômica.
Seguramente ocorrerão crises econômicas, também indicadas pelo desenvolvimento do ciclo Saturno-Urano.


Estamos utilizando o mapa dos Estados Unidos conhecido como Sibly (04/07/1776 – 17:10- Pensilvania). A superposição, com as posições dos planetas em agosto de 2010, apresenta a oposição Saturno-Urano no eixo Meio do Céu-Fundo do Céu.

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China (01/10/1949, 8:00 horas – Pequim)
Possui Urano em Câncer e Sol, Mercúrio e Netuno em Libra.
Deverão ocorrer problemas ecológicos e mudanças na administração de recursos que afetarão a economia.


Brasil (07/09/1822, 16:08 horas – São Paulo)
Nosso mapa apresenta ênfase no início de Capricórnio, Urano e Netuno  (casa 11 onde Plutão está transitando) e temos Plutão a 0º de Áries (casa 2).


Já vimos algumas mudanças econômicas e às tensões na relação do executivo com o legislativo, bem marcada no final do ano passado, quando o governo perdeu a CPMF e fez um pacote com relação à movimentação financeira. Logo depois veio o aumento da inflação e a consequente elevação da taxa de juros.

Agora a questão do Pré-sal, que seguramente demandará enormes investimentos, durante pelo menos 06 anos, para gerar os resultados que estão sendo considerados como se fossem imediatos. Devemos ver também uma discussão a respeito do regime de governo.

Será necessária muita atenção à proteção ao meio ambiente, e também quanto ao estudo de novas alternativas para a geração de energia, de modo que não fiquemos dependentes de países como a Bolívia, que já nos aprontou algumas e ainda haverá mais.

Embora ainda de modo não muito grave estamos agora inseridos  entre os países que possuem vítimas por tremores de terra. Em dezembro morreu nossa primeira vítima.

Em abril tivemos um tremor percebido em 5 estados.

Bem, durante a passagem de Plutão por Capricórnio nosso país deverá passar por  um processo de mudanças marcantes, mas se conseguir ultrapassar os desafios que enfrentará ocupará um papel importante no século XXI.

Com relação à maneira de lidarmos com o poder, inclusive por inquietação e desconfiança com relação ao poder do estado, como citado por Silvia Ceres, surgirão novos modelos de representação política, como “Os Mais Experientes” constituído por ex-presidentes, advogados e ativistas da paz, que visam encontrar soluções para os problemas coletivos.

MUDANÇAS NA RELAÇÃO COM O TRABALHO

Na penúltima passagem por Capricórnio, 1515 a 1532, ocorreu o começo da reforma protestante de 1517 no oeste europeu.

Até então o trabalho era visto como resposta a uma demanda concreta, uma pressão externa, mas Jonh Calvin louvava trabalho e esforço como parte de sua doutrina.

A novidade na sociedade moderna foi que as pessoas começaram a se dirigir ao trabalho por um objetivo em si mesmo, e não apenas pela pressão externa anterior. Contudo, em 1526 começou a escravidão, que contribuiu para o acumulo de riquezas com sangue e lágrimas e aqui podemos considerar que nasceu o capitalismo.

A última passagem foi de 1762 a 1777.

Em 1762 Jean – Jacques Rousseau publicou seu “Contrato Social” que procurava redefinir o lugar do ser humano e sua interação com uma estrutura social mais complexa.

Em 1765 James Walter inventou a maquina a vapor que potencializou a revolução industrial. Daí até a metade do século XIX tudo foi produzido e movido a vapor. A mecanização de tarefas em larga escala foi divulgada como progresso, por ter liberado o ser humano da obrigação de tarefas árduas e repetitivas, embora na verdade a maioria  se tornou servente das máquinas, como apresentou Charles Chaplin em um de seus filmes.  Além do mais, nesta ocasião a escravatura alcançou seu pico.

A maior parte da espécie humana respondeu a esta passagem de Plutão por Capricórnio, de acordo com seus padrões culturais, aumentando o consumo dos recursos naturais.

A passagem de Plutão por Virgem (1956 a 1972), especialmente entre 1963 e 1968, na conjunção Urano-Plutão, houve mudanças na relação com o trabalho, aqui foi o cérebro humano que começou a ser substituído pela máquina, pois surgiram os computadores pessoais.

Esta nova passagem por Capricórnio, signo de terra, pode ser vista como uma ampliação da última passagem por Virgem.

Atualmente a relação com o trabalho é mais livre, porém bem menos protegida.  Por este motivo, cada vez mais pessoas se reúnem em cooperativas para organizarem e distribuírem melhor o que produzem ou para poderem comprar melhor o que utilizam como matéria prima ou ainda para comprar os produtos que revendem.

MUDANÇAS NA RELAÇÃO COM O DIVINO

Na nova relação que emergiu em 1517, uma crescente porção da humanidade equiparou bens ou riqueza com salvação divina.

A passagem de Plutão por Sagitário fez crescer o fundamentalismo e o nome de Deus foi utilizado com objetivos nada santos.

O grau zero de Capricórnio corresponde ao nascimento do “Sol Invencível”, mas também é a “Porta dos Deuses” da caverna “cósmica”.

Portanto, estamos começando um longo período de transformação na nossa relação com o divino.  O  materialismo espiritual, que sustenta o capitalismo desde o século XVI, será reexaminado e a luta para a obtenção de recursos forçará as instituições religiosas, e cada um de nós, a questionar nossa atual posição.

RECURSOS NATURAIS

O preço de 500 anos da conversão de recursos naturais em riqueza é seu esgotamento. Como consequência a poluição se instaurou e várias espécies foram extintas. Plutão em Virgem já havia chamado a atenção de alguns e surgiram  instituições como o Green Peace.

Plutão nos fará confrontar os limites do consumo descontrolado e o potencial de escassez, seja de  energia, água, terra e outros recursos. O mais alto grau de limitação e fim ocorrerá na passagem por seu Nodo Sul (2018-2019). Precisamos fazer muito nestes próximos dez anos. Será preciso organizar e controlar o consumo. Felizmente temos um bom sinal de que poderemos fazer isto com a preocupação ocidental com a relação á redução do consumo de sacos plásticos.

Neste momento políticos “verdes”, que se baseiam em valores ecológicos, são muito importantes e também empresas corretamente ecológicas, que não prejudicam o meio ambiente.

Estamos vendo também muitas pessoas preocupadas com o plantio e manufatura de produtos para o próprio sustento e a organização em comunidades para promover isto.

Petróleo, muito depende dele. A demanda insaciável precisa ser controlada e outras alternativas serem criadas. Alguns países como a França optaram pela energia nuclear e outros, como o Brasil, além da energia nuclear optaram por recursos alternativos. Sem dúvida são necessárias novas formas para para geração de energia. Também na questão dos recursos, a passagem por Capricórnio pode ser vista como um desenvolvimento da passagem por Virgem.

CICLO GERACIONAL DE PLUTÃO

SIGNO

Câncer

Virgem

Libra

Escorpião

GERAÇÃO

1912 a 1939
1956 a 1972

1971 a 1984

1983 a 1995

ASPECTOS

Oposição
Trígono
Quadratura
Sextil

O ciclo de Plutão indica mudanças importantes na vida, com envolvimento político e social.


Os aspectos harmônicos são indicativos de força para superar dificuldades e promover mudanças positivas. Enquanto os desarmônicos promovem tensões, mudanças dramáticas e separações.
Pela primeira vez estamos podendo acompanhar a oposição de Plutão ao seu ponto de nascimento, na culminação de um ciclo de transformações e finalizações.
Independente do ciclo geracional, as pessoas com luminares e planetas nos signos cardinais passarão pelas transformações mais marcantes.


INDIVIDUALMENTE


A maior parte das mudanças que Plutão irá promover em Capricórnio ocorrerá no coletivo, mas cada um de nós terá que responder a elas em termos individuais.


Plutão é muito eficiente em mostrar o que está no fim, tanto no pessoal quanto no coletivo, porém seu poder de regeneração é inquestionável. Sua força destrutiva é corretiva e visa a criação de novas condições. O que é eliminado está no fim e o que for construído depois estará mais de acordo com as necessidades atuais.
Capricórnio é o signo cardinal do elemento terra e por isto enfatiza o que precisa ser feito: ação imediata prática e concreta. Portanto, é preciso agirmos o mais rápido possível.


Cada um de nós precisa fazer pequenas, mas significativas mudanças nas ações do dia a dia porque elas terão um impacto muito além do nosso horizonte pessoal. O conceito de que o pequeno é importante ganhará espaço no coletivo.
É preciso agirmos com a integridade e responsabilidade indicadas por Capricórnio, seja no pessoal ou no coletivo.


Precisamos atuar como uma comunidade global para cuidar da nossa Terra, sua ecologia e população.  Para isto é necessário desenvolver um conceito de consumo consciente, pensando o que e para que está sendo consumido. E também atuar com responsabilidade social, pois a participação individual será muito importante para a solução das questões sociais.


Rio de Janeiro, 23 de setembro de 2008.


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