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Sedna uma Descoberta no Sistema Solar

Autor(a):

Celisa Beranger

em

30 de março de 2004

No dia 15 de março a mídia noticiou a descoberta do que poderia ser o 10º planeta do Sistema Solar. O objeto celeste recebeu o nome de SEDNA, deusa da mitologia dos Inuit, povo ártico, que criou os seres marinhos da região.


Tão logo ocorreu a divulgação da descoberta de Sedna, com suas características astronômicas, a mídia consultou os astrólogos para que estes informassem qual a importância da descoberta para a Astrologia.


Embora ligadas em todos os sistemas primitivos do universo, no século XVII Astrologia e Astronomia tiveram seus campos de saber separados. A Astrologia tem interesse no céu visando o homem e sua integração com o cosmos, seu objeto de estudo é a relação entre os movimentos celestes e terrestres utilizando a lei de semelhança:” o que está acima é semelhante ao que está abaixo”. A Astronomia promove a observação do céu visando novas descobertas e a formulação de hipóteses a respeito dos objetos celestes. A Astrologia utiliza dados da Astronomia, mas não tem interesse em todos os objetos por esta estudados. A atenção dos astrólogos está dirigida principalmente para os movimentos e ciclos dos luminares (Sol e Lua) e planetas. Poucos astrólogos utilizam outros corpos. Contudo, alguns empregam alguns dos asteroides, outros Quíron (misto de asteroide e cometa) ou a Lilith (foco vazio da órbita da Lua), ou ainda algumas estrelas.


O objeto agora divulgado, descoberto em novembro de 2003, é o corpo celeste mais distante pertencente ao Sistema Solar e também o maior localizado no cinturão de Kuiper. Embora ainda sem a definição do tamanho exato, a combinação dos dados disponíveis levou os astrônomos a estimarem o diâmetro de Sedna em 1600 quilômetros, portanto entre o tamanho de Plutão (2250km) e Quaoar (1200km), descoberto pela mesma equipe em junho de 2002. . A descoberta de Sedna vem corroborar a hipótese da existência de corpos grandes no cinturão de Kuiper, uma vez que desde a descoberta do objeto 1992 QB (200 km) corpos cada vez maiores vem sendo localizados neste cinturão e não é impossível que um corpo igual ou maior que Plutão seja ali encontrado.


A cada nova descoberta, em 2000 Varuna (900km) e Ixion (1055 km) em 2002 Quaoar (1200 km) e agora Sedna (com cerca de 1600 km), ressurge, no meio astronômico, o debate a respeito do status de Plutão como planeta.


Em 1999 um grupo de integrantes da União Internacional de Astronomia (UIA) sugeriu a retirada de Plutão da categoria planeta e sua classificação como um corpo pertencente ao cinturão de Kuiper, devido à descoberta de muitos objetos nesta região. Além do mais, estes astrônomos alegaram que por sua pequenez (quase a metade de Mercúrio, o menor dos planetas) Plutão já não teria o direito de ser considerado como planeta. Porém apesar de muitos astrônomos terem adotado a mudança de status e outros terem passado a considerá-lo em duas categorias, planeta e objeto do cinturão de Kuiper, a UIA declarou que não tinha nenhum propósito de mudar o status de Plutão como nono planeta do Sistema Solar.


Os astrólogos observam este debate sem qualquer preocupação, uma vez que o funcionamento de Plutão está mais do que comprovado na linguagem astrológica. após vários anos de estudo para definir seu significado e sua regência do signo de Escorpião. Portanto, mesmo que a categoria de Plutão seja alterada pela Astronomia, para a Astrologia ele continuará atuando do mesmo modo. De qualquer forma, achamos difícil que os astrônomos façam esta alteração oficialmente, porque desde sua descoberta em 1930, ele foi inserido na humanidade como planeta e é muito difícil modificar isto após tantos anos. Isto pode ser comprovado pelo problema causado no fabuloso planetário de Nova York, inaugurado em 2000 e que deixou de incluir Plutão entre os planetas, que teve que colocar uma placa explicando o motivo, uma vez que as crianças que visitavam o local perguntavam insistentemente onde estava Plutão.


Considerando o exposto, podemos admitir que Sedna não será considerado planeta, quando muito um planetoide, planeta pequeno, pertencente ao grupo especial do cinturão de Kuiper, um mundo gelado onde a temperatura não ultrapassa – 240º, um reservatório de cometas, onde mais de 600 objetos foram localizados desde 1992.


Neste caso como ocorre com Varuna, Ixion e Quaoar, a grande maioria dos astrólogos não terá interesse no estudo do significado de Sedna. Contudo, alguns poucos irão acompanhar sua movimentação, formularão hipóteses e o utilizarão em suas interpretações. Isto já ocorreu com alguns asteroides, como Ceres e Palas por exemplo (os maiores do cinturão localizado entre os planetas Marte e Júpiter), descobertos no início do século XIX que a partir do século XX despertaram o interesse de uns poucos astrólogos e dentre estes alguns até consideraram que a eles deve ser dada a regência dos signos de Virgem e Libra respectivamente (tradicionalmente regidos por Mercúrio e Vênus). De qualquer forma, a utilização de um novo corpo celeste por um astrólogo demanda tempo, devido à necessidade de pesquisa através de acompanhamento do seu movimento, formulação de hipótese e verificação prática.


O céu sempre exerceu e continuará a exercer um enorme fascínio sobre o homem. Uns tem interesse apenas na sua observação e outros, como os astrólogos, também no entendimento da linguagem que o céu pode transmitir.


Rio de janeiro, 30 de Março de 2004


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