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O Mapa da Concepção – Outro Lado do Mapa Natal

Autor(a):

Celisa Beranger

em

23 de novembro de 2013

Tradicionalmente designado como Época Pré-Natal ou simplesmente Época, uma vez que a concepção é confirmada na época da menstruação, desde os primórdios de nosso saber este tema constituiu um fator de grande interesse por parte dos estudiosos da astrologia.


Podemos considerar que a semente da vida se instaura na concepção, portanto nela se insere algo essencial, a força vital do novo ser, que a partir do nascimento será desenvolvida como existência individual.


O  inglês Sepharial no livro The Solar Epoch, de 1925, faz a distinção entre os dois mapas e designa o Mapa da Concepção  como Horóscopo  Lunar:


O Horóscopo Lunar atinge a natureza mais profunda do homem, mostrando qualidades e aptidões que não podem ser descobertas no Horóscopo do nascimento. O Horóscopo de Nascimento é aquele da hereditariedade e do meio ambiente, o Horóscopo Lunar é aquele da tradição e das faculdades essenciais. No que se refere ao Horóscopo Lunar, entretanto, devemos nos reportar ao verdadeiro potencial da unidade da vida.


O Mapa da Concepção deve ser utilizado como um segundo Mapa para o nascimento, outro lado do Mapa Natal. A Época pode reforçar ou aprofundar o Mapa Natal, mas também pode enriquecê-lo fornecendo  informações que ele  não contém.


Pesquisa Histórica


O historiador francês Bouché – Leclercq  no livro L’Astrologie Grecque, dedica o capítulo XII -1 ao “Tema da Concepção”.


O nascimento, diziam os dialéticos, não é o começo da vida: o movimento inicial ocorre na concepção, e no germe são instauradas todas as potencialidades que serão desenvolvidas durante a vida.


Nos primórdios os doutores da astrologia não ousaram contestar a precedência teórica do Mapa da Concepção com relação ao do nascimento, embora considerando que a concepção só pode ser conhecida através do Mapa de nascimento.


Leclrecq coloca ainda que certos astrólogos afirmavam que naqueles tempos dos primórdios muitas mulheres, por ocasião da relação, reconheciam a concepção, embora a confirmação ocorresse na época em que a menstruação não acontecia.


O fato da mulher saber que havia concebido constituía uma via de informação direta, mas quando esta informação não existisse a via indireta deveria ser buscada.


A preocupação com a concepção no mundo grego foi herdada dos caldeus e dos egípcios. Leclercq, cita Petosiris  como autor da regra que determina a  data da  concepção. Porém, é preciso ressaltar que em nossos dias sabemos que  tanto Petosiris (talvez um alto-sacerdote) como Nechepso (possivelmente  o Rei Necho II do Egito),  foram  nomes frequentemente  utilizados na era helenístico-romana para autoria de textos que possuíssem parentesco de forma e conteúdo com os escritos herméticos visando aumentar sua  credibilidade.


A regra

O Ascendente da Concepção deve ocupar o lugar da Lua no nascimento e inversamente o Ascendente do nascimento é aquele da Lua da concepção. Porém também pode ser o signo oposto, ou melhor, a Lua da concepção deve estar no Horizonte do nascimento, no Ascendente ou no Descendente.


Leclecq procura explicar a origem da regra no que se refere à relação entre os dois mapas,  concepção e nascimento, partindo da  afirmação dos astrólogos de que uma criança nasce  quando as condições do céu se assemelham, por analogia mais ou menos adequada, àquelas da concepção.


Leclercq diz que os caldeus se esforçaram para encontrar estas analogias sem  pretender que no nascimento os astros retornassem as posições da concepção, e para simplificar  se concentraram nos luminares, ou pelo menos em um deles.


Após dez revoluções lunares (273 dias), que corresponde ao tempo médio adotado para a  gestação, o Sol não poderia retornar à posição da concepção Neste tempo o Sol faz uma quadratura decrescente com o signo da concepção, do qual poderia ver o Sol da concepção, tendo deixado para trás o perigo da oposição, cujo efeito poderoso consideravam que fazia nascer bebês mortos, e no oitavo, como no sexto signo, a relação entre signos é ineficaz (signos inconjuntos).


Quanto à Lua, o segundo luminar, no que se refere à concepção, seu  papel é mais importante que o do Sol porque além de regular a vida na Terra, regula a menstruação da mulher e a suspende por ocasião da gravidez, portanto ela deve determinar a concepção. Entretanto, a ação da Lua  depende estreitamente de suas fases com relação ao Sol e, por este motivo, os antigos concluíram que  nas duas ocasiões, concepção e nascimento, a Lua  deveria estar em uma fase similar ou concordante. Determinaram então que   fase crescente ou decrescente do nascimento deveria estar repetida na concepção. Finalmente, concluíram que o posicionamento da Lua no Horizonte, Ascendente ou Descendente, marcaria a hora.


Tomando as 10 revoluções lunares como base para a duração da gestação, os antigos astrólogos definiram uma variação de meio ciclo lunar, a mais ou a menos, e  estabeleceram  as três possibilidades para a duração da gestação:


Menor 258 dias (9,5 revoluções)

Médio 273 dias (10 revoluções)

Maior 288 dias (10,5 revoluções)


Vettius Valens, do século II, no Livro I de seu Anthologiae, capítulo 21, “A Respeito da Concepção”, aborda a regra para determinação da concepção, mas enfatiza a variação do tempo de gestação. Valens  indica  um método que utiliza a distância da Lua com relação ao horizonte para definir o número de dias da gestação. A duração média de 273 dias corresponde à Lua no Ascendente enquanto para 258  ou 288 dias a Lua está no Descendente. Para nascimentos com a Lua  acima do horizonte (casas 7 a 12), o número  273 é reduzido em 2,5 dias a cada 30º que a Lua se distancia do Ascendente, considerando o sentido horário. Para nascimentos com a Lua abaixo do Horizonte (casas 1 a 6) o número 273 aumenta 2,5 dias à medida que a Lua se distancia do Ascendente no sentido anti-horário. Portanto acima do horizonte a gestação caminha para o número menor de dias e abaixo para o número maior.


Claudio Ptolomeu, também do século II, dedica o capítulo do 1 do livro III do Tetrabiblos ao assunto: “Da Concepção e do  Nascimento”.

O começo do homem é o Natural, no qual ele é concebido, quando se implanta o essencial com o qual ele vem ao mundo.

Ptolomeu aborda a relação entre concepção e nascimento sem  citar  a regra de Petosiris destacada por Leclercq.


Porque, quando o fruto está pronto, a natureza o move de modo que saia do ventre em tal posição do Céu que corresponda à  constituição primeira na qual se encontrava no tempo da concepção   

E termina enfatizando a importância da utilização dos dois momentos, Concepção e Nascimento:


Se alguém se lançar em uma curiosa pesquisa, ele poderá, através do tempo da concepção, chegar ao conhecimento das qualidades do temperamento, se, como no nascimento, ele considerar o estado do Céu nesta mesma concepção.

Através dos tempos estudiosos famosos como Johannes Kepler e Fernando Pessoa elaboraram os próprios Mapas da Concepção. Pessoa seguiu a regra original, mas Kepler não.






O Mapa da Época de Fernando Pessoa apresenta predominância na casa 3 (ocupada por Sol, Vênus, Mercúrio e Urano), enquanto no Mapa Natal a predominância é na casa 8.


A partir do século XX diversos pesquisadores se debruçaram sobre o tema da Concepção:


Alguns autores ingleses  tais como Sepharial e Niek Scheps citam E. H. Bailey como   autor das quatro regras que definem o  posicionamento da Lua no Ascendente ou Descendente, seja a  Lua  da Concepção ou a Natal. Para estabelecer estas regras Bailey seguiu o método indicado por Valens  para  determinar o tempo da gestação, mas incluiu a condição da fase ser crescente ou decrescente para definir se a Lua está no Ascendente ou no Descendente.


As quatro regras ficaram conhecidas como “A Trutina de Hermes”.


Lua Natal Crescente e abaixo do horizonte – Lua da Concepção no Ascendente Natal e Lua natal no Descendente da Concepção. Tempo de gestação maior que o médio.


Lua Natal Crescente acima do Horizonte – Lua da Concepção no Ascendente Natal e Lua Natal no Ascendente da Concepção. Tempo de gestação menor.


Lua Natal Decrescente e acima do Horizonte – Lua da Concepção no Descendente Natal e Lua Natal no Descendente da Concepção. Tempo de gestação maior.


Lua Natal Decrescente e abaixo do Horizonte – Lua da Concepção no Descendente Natal e Lua Natal no Ascendente da Concepção. Tempo de gestação menor.


Sepharial enfatiza também a utilização da denominada Lei do Sexo, que relaciona o sexo ao posicionamento da Lua em áreas zodiacais masculinas ou femininas (definidas a partir dos quatro pontos cardiais celestes) e também com relação aos quadrantes (2º e 4º masculinos  e 1º e 3º femininos). O programa Solar Fire segue a Trutina e a Lei do Sexo.


Outros pesquisadores, Charles Jayne, Hall, Schwickert, Armor, J. Alduini, Ronald Davison, Alexander Marr e Rubí Dumón, também investigaram o tema da concepção. Alguns questionaram a regra antiga no que se refere à relação da Lua Natal com o Ascendente da Concepção e afirmaram que as pesquisas não comprovaram sua validade, porém a relação da Lua da Concepção com o Horizonte Natal foi confirmada. Isto invalida a Trutina.


Alguns, como Alexander Marr, afirmaram também que o posicionamento da Lua acima ou abaixo do horizonte não define o tempo mais longo ou mais curto da gestação. No que se refere à repetição da fase crescente ou decrescente acrescentaram ela é comum, mas as exceções podem chegar a 25% dos casos.


De qualquer modo, tanto Alexander Marr como  Ronald  Davison ressaltaram a importância da verificação  e retificação do Mapa da Concepção.


Davison  afirma:

A única maneira de estar seguro é levantar os mapas (de nascimento e época), que tendo uma interação exata entre a Lua da Época e o horizonte do nascimento, apresentem direções angulares para os principais eventos da vida.


Marr  afirma que em geral a hora encontrada em função da  posição da Lua no horizonte é muito próxima da verdadeira, mas  em média ocorre uma variação da ordem de 8 minutos de arco.


Nossa pesquisa


Uma vez historicamente situados começamos nossa própria pesquisa com relação ao Mapa da Concepção procurando localizar a data a partir da informação direta e a partir dela chegar aos dados para o mapa.


Levantamos dados de mulheres que afirmavam conhecer a data da relação que deu origem à concepção. Entretanto, sabemos que a concepção não ocorre no momento da relação e,  para definir o espaço de tempo em que ela poderia ocorrer, consultamos o ginecologista Dr. Walter Xavier. Este informou que a vida útil do espermatozoide pode durar até 72 horas, portanto a fecundação pode ocorrer de horas a 03 dias após a relação.


Porém, como existe a discussão com relação ao início da vida ocorrer na fecundação ou quando da implantação do óvulo na parede do útero, perguntamos ao  Dr. Walter que informou que ela pode ocorrer até  05 dias após a fecundação.


Decidimos considerar a soma dos  03 dias para a fecundação com os  05 para a implantação, portanto 08 dias, como limite para a diferença entre a relação e a concepção.


Pesquisamos os dados levantados e através da localização da Lua no Ascendente ou Descendente natal encontramos a data para o Mapa da Concepção.   Constatamos que em 17 das 18 mulheres a concepção ocorreu  dentro do prazo de até 8 dias, portanto a regra astrológica pode ser considerada válida.  Estudamos então alguns dos Mapas de Concepção e constatamos sua validade.


Interrompemos a pesquisa e retomamos nos dois últimos anos, especialmente com relação aos mapas de bebês e crianças. Para isto utilizamos a informação  da mãe com relação ao início da  data da última menstruação ou a duração da gestação em semanas, indicada nas ultrassonografias.


Exemplo 1:


A menina nasceu em 19 de dezembro de 2012 às 03:59h no Rio de Janeiro com o Ascendente em 25º 31’ de Escorpião. A mãe informou que a gravidez durou 38 semanas (266 dias).


Podemos contar os 266 dias mês a mês ou localizá-lo através do calendário Juliano apresentado em nossas efemérides para o 1º dia de cada mês.


1º/12/2012 = 2456262,5 mais 18 dias = 2456280,5 que corresponde ao  19/12/2012. Subtraindo os 266 = 2456014, 5


Voltamos às efemérides para localizar o dia mais próximo  e encontramos:


1º/03/2012 = 2455987 subtraindo de 2456014 = 27, portanto 28/03/2012 = 266 dias para trás em relação à 19/12/2012.


Voltamos às efemérides para localizar as datas nas quais a Lua cruzou o  Horizonte. Em 27/03/2012 o Descendente natal, 25º31’ de Touro, em 09/04/ 2012 o Ascendente, 25º 31’ de Escorpião. A primeira  é a data mais provável por ser a mais próxima.


O cálculo para localizar a hora é o mesmo utilizado para a posição de um planeta no Mapa Natal.


28/03 –  06º 31’ 14” Gêmeos (21h dia 27 para o Rio de Janeiro)


27/03 –  24º 43’ 40” Touro (21h dia 26 para o Rio de Janeiro)


Passo no dia   11º 48’ 34” (24 horas)


Diferença de 24º 43’ 40” para 25º 31’ (grau do Descendente) = 0º 47’ 20”


11º 48’ 34” = 24 horas


00º 47’ 20” = 0,0688 x 24 = 01h. 36 min. 02 seg.


Somando às 21h do dia 26, que passa a ser a data, a hora é  22h 36min 02 seg.



Em função da quadratura da Lua com Netuno no Mapa da Concepção, durante a consulta informamos que a menina era vulnerável a mudanças de temperatura e alergias.  A mãe respondeu que com 17 dias de vida o bebê pegou um resfriado que ocasionou 10 dias de internação no CTI.


Observação: Quando há informação da data da última menstruação a localização da data é mais simples. Mas quando não houver qualquer informação direta com relação à concepção é preciso confirmar se o  nascimento ocorreu dentro do tempo normal e se assim for buscar a data da concepção a partir do tempo médio de 273 dias para a gestação. Neste caso a verificação do mapa é imprescindível até porque podem se apresentar duas possibilidades.


Exemplo 2:

Nascimento Homem 20/03/1981 19:20h Rio de Janeiro

Concepção 22 de junho de 1980 16:13h Angra dos Reis


Observação: No caso do Mapa da Concepção, caso ela tenha ocorrido em local diferente do nascimento, é preciso utilizar os dados do local da concepção.



O Mapa Natal não mostra o idealismo e  vulnerabilidade  em termos de relacionamentos interpessoais, especialmente os  afetivos, que está claro no Mapa da Concepção que apresenta Netuno no Ascendente e Vênus no Descendente.

Exemplo 3: Mulher



O Mapa Natal com Júpiter na casa 5 não aponta as dificuldades para o relacionamento afetivo, especialmente com relação ao sexo oposto (oposição Lua/Saturno no eixo 5/11) presente no Mapa da Concepção. O Natal também não indica a forte afirmação que ocorre com relação à família (Marte na 4 em oposição a Plutão na 10).


Mapas de Gêmeos

Nossa experiência constatou que no caso de gêmeos, parece que cada um enfatiza determinados aspectos do mapa e em conjunto completam sua vivência.

Durante um curso de Mapas de Crianças a aluna Bia Jedon sugeriu a possibilidade de mapas de concepção diferentes para gêmeos. Fizemos três testes que funcionaram muito bem.

Apresentamos o caso de duas gêmeas cuja diferença no horário do nascimento  é de 5 minutos, portanto os mapas natais são praticamente iguais.

A primeira é extrovertida, se manifesta, gosta de aparecer, vai levando os estudos e é gastadeira. A segunda é um pouco retraída, responsável, boa aluna e muito preocupada com a família. Os dois Mapas da Concepção mostram as diferenças.



Épocas




A primeira é Ascendente Sagitário, com Júpiter na cúspide da casa 2, Vênus e Marte na casa 7. A segunda é Ascendente Capricórnio com Saturno no Fundo do Céu.


A diferença de 05 minutos no nascimento gera uma diferença de 1º 26’ no Ascendente e na Lua da Concepção, mas a diferença na Lua da Concepção  ocasiona uma diferença de 02 horas e 15 minutos no Mapa da Concepção.


Voltamos a pesquisa do Mapa da Concepção para o caso de  gêmeos e no livro Prediction III de Alexander Marr, constatamos que a relação encontrada para o caso a de gêmeos univitelinos é da  Lua  da Concepção com o Meio do Céu e não com o Ascendente Natal.


Como gêmeos univitelinos são fecundados em um único óvulo, o Mapa da Concepção deve ser um só. Mas de qualquer modo o Mapa da Concepção é válido para aprofundar ou complementar o Mapa Natal.


Em um exemplo de gêmeos univitelinos, o primeiro é muito extrovertido e busca sempre o caminho mais fácil, enquanto o outro é muito responsável.  Marte, Júpiter e Saturno são importantes no Mapa Natal.


O Natal não apresenta ênfase casa 2, mas o Mapa da Concepção apresenta Saturno, Marte e Sol. Desde os 14 anos estes jovens, hoje com 17,  buscaram  ganhar o próprio dinheiro.


Concluindo esta etapa deixamos a sugestão para que  vocês procurem obter a informação direta da duração da gestação de seus filhos ou netos, ou ainda a data da última menstruação. Dispondo do dado da via direta localizem a data do Mapa da Concepção e constatem sua validade como complemento do Mapa Natal, na verdade os dois mapas são como duas caras de uma mesma moeda.


MÉTODO JONAS PARA CONTROLE DA CONCEPÇÃO

A primeira vez que ouvimos falar do método do médico checo Eugen Jonas foi através do saudoso Dr. Sergio Mortari.


Quando nos dispusemos a pesquisar o trabalho do  Dr. Jonas descobrimos sua extensão e importância em termos astrológicos. Aproveitamos a oportunidade da abordagem do tema concepção para divulgar este importante trabalho.


Eugen Jonas nasceu em 06/11/1928 às 6:00h, em Nove Zamky.  Em 1947, no primeiro ano de medicina da Faculdade de Bratislava, Dr. Jonas deparou-se com um livro de Astrologia na biblioteca, levou-o para casa e o leu pouco a pouco.


Em 1956, já tendo concluído a especialização em Psiquiatria na Universidade de Praga, tomou conhecimento da legalização do aborto na Hungria, cuja fronteira era próxima, profundamente católico, Dr. Jonas sentiu-se muito abalado e se lembrou da frase de uma das tábuas astrológicas da Mesopotâmia, que havia despertado sua atenção:


 “A mulher é fértil durante certa fase da Lua”.


Dr. Jonas resolveu pesquisar qual seria esta fase fértil.


Chefe da Clínica de Psiquiatria de Nove Zamky, Dr. Jonas notou que algumas mulheres com sistema nervoso sensível às vezes manifestam atividade sexual incomum em intervalos de 30 dias. Lembrando-se do ciclo lunar isto o levou a considerar que tanto a atividade do sistema nervoso, como o problema da concepção e  até a irregularidade do nascimento, poderiam  ter relação com os possíveis efeitos dos astros.

Em busca de uma correlação da fase da Lua com relação ao Sol, citada na antiga tábua, Dr. Jonas elaborou e examinou Mapas Natais de diversas mulheres e o tempo aproximado da concepção de seus filhos.


Após diversas semanas de cálculos e verificações, em 15 de agosto  de 1956 Dr. Jonas encontrou o ângulo chave da fertilidade, aquele entre Sol e a Lua no Mapa Natal. Porém em seus estudos e pesquisas Dr. Jonas chegou a outras 2 conclusões que deram origem às três regras do seu método:


1 – O tempo de maior  fertilidade da mulher ocorre durante a mesma fase da Lua na qual ela nasceu (distância Lua/Sol), independente do seu ciclo menstrual.


2 – O sexo do bebê será determinado pela posição da Lua durante o tempo de maior fertilidade, a mesma fase da Lua no nascimento. Lua em signos ativos menino e em signos  negativos menina.


3 – Certas configurações dos corpos celestes próximos por ocasião da concepção podem afetar a viabilidade do embrião.

Das três a terceira é a regra mais complexa e sobre a qual há menos informações ou comprovações de acerto. De qualquer modo o objetivo do Dr. Jonas era reduzir a possibilidade do nascimento de bebês com defeitos físicos que além de causarem problemas para os pais ocasionam altos custos sociais.


Para testar as três regras Dr. Jonas as  submeteu à análise estatística em 250 nascimentos de uma clínica maternal próxima. O resultado obtido foi de  87% de acerto com relação às duas primeiras regras.


Dr. Jonas decidiu então submeter sua descoberta à avaliação da Academia de Ciências Eslovaca que respondeu não dispor de alguém capacitado para fazer a investigação. Dr. Jonas recorreu então à Academia de Praga, presidida pelo ginecologista Jiri Malek  que  não só aceitou a avaliação como foi seu primeiro apoio importante,  incentivando-o a continuar seus testes.


Em 1960 Dr. Jonas deixou a psiquiatria para testar suas ideias em uma maternidade de Bratislava, mas estendeu a pesquisa e estudou 8.000 nascimentos em 04 hospitais.


Dr. Jonas concluiu que a descoberta do ciclo de fertilidade da fase lunar poderia ajudar as mulheres que tinham dificuldade para conceber, mas  também poderia ser utilizada como anticoncepcional, portanto de qualquer modo favorecia as mulheres.

No exemplo de um dos testes de 1960 está destacado o ângulo Lua/Sol , a Lua em Peixes, a indicação menina, os aspectos da Lua e do Sol e o dispositor da Lua.



Alguns médicos como o  Dr. Kurt Reichnitz de Budapeste verificaram os estudos do Dr. Jonas e não encontraram erros.


Finalmente, em 1966, algumas mulheres se apresentaram como voluntárias para se submeterem ao controle astrológico do nascimento.  Primeiro 60 mulheres utilizaram o método por um ano e depois 257 por 6 meses. O resultado  foi de 96% no primeiro e 98% no segundo grupo.


Mas Dr. Jonas  buscava instituições e ministérios de modo que pudesse conseguir uma posição para fazer suas pesquisas em larga escala.


Finalmente, após uma grande reportagem no jornal russo Pravda, algumas autoridades se interessaram por sua descoberta.

Em julho de 1968, foi constituído o Centro de Pesquisas de Nascimentos Programados Astra na cidade de Nitra. O presidente era o Dr. Kurt Reichnitz, e o Vice o Dr. Eugen Jonas.


Outros 15 membros de diferentes áreas integravam  o conselho Astra-Nitra.

O  Centro tinha como objetivo coordenar as investigações astrológicas em diversas áreas das ciências naturais, verificar resultados, propor projetos e tornar as descobertas acessíveis aos cientistas e à comunidade.

No estudo para a concepção, Dr. Jonas apontava para a importância do Mapa Natal  da mulher como o fator mais relevante. E chamava atenção para a observação da casa 5, tanto da  mulher como do homem, para verificar as perspectivas para concepção.


Dr. Jonas ressaltava que o estudo de uma dada ocasião para a concepção deve ser relacionado não apenas ao Mapa Natal, mas também ao Mapa Progredido da mulher e, quando a relação é desfavorável, a viabilidade do desenvolvimento do feto é reduzida.


Considerando a descoberta do Dr. Jonas uma mulher sadia tem dois ciclos férteis mensais: o primeiro corresponde ao seu próprio ritmo biológico, associado à menstruação e ovulação e o segundo baseado na repetição da fase lunar natal, tomando  o dia anterior à repetição da fase lunar como o   período mais fértil, porém a fertilidade  também pode ser válida em mais dois dias anteriores, já que a fecundação pode ocorrer de horas a 03 dias após a relação.


O Centro Astra-Nitra elaborava calendários para o controle astrológico do nascimento durante um ano utilizando além do método Jonas, o método Ogino-Kraus conjugado com o método Schroeder, para controle do ritmo biológico. Estes calendários tanto eram válidos para concepção, seu foco principal,  como para não concepção, ou melhor, como método anticoncepcional.


Segundo o método Ogino-Kraus-Schroeder, a partir do primeiro dia da menstruação contam-se 15 dias para determinar o dia da ovulação. Os 03  dias anteriores e posteriores a este são os de maior fertilidade, mas para o caso de impedir a concepção mais 03 dias para trás e para a frente devem ser evitados.


De tempos em tempos os dois ciclos coincidem e quando isto ocorre a perspectiva de concepção ainda é maior. Porém, caso os dois ciclos não coincidam, para que a concepção ocorra com segurança, apenas o ciclo da fase lunar deve ser utilizado.

No exemplo do detalhe de um mês, a primeira coluna é da fase lunar, marcada em vermelho, também os três dias anteriores e o sexo está marcado. Na segunda coluna os dois ciclos estão superpostos. A data da menstruação é marcada em azul e a da ovulação em verde, seis dias antes e seis depois da ovulação  também são marcados em verde. A terceira coluna conjuga os dois ciclos e indica as percentagens de fertilidade e também os dias nos quais não há perigo de concepção.



No calendário anual a fase lunar era marcada em todos os meses, e também o sexo para a concepção, mas mensalmente a mulher teria que marcar a data do início da menstruação e o ciclo fértil a ela relacionado.


No que se refere à escolha do sexo do bebê, a relação deve ocorrer no dia anterior à fase na qual a Lua está no signo correspondente ao sexo desejado para o bebê, ativo para menino e negativo para menina. Para a escolha do sexo o ciclo do ritmo biológico deve ser descartado.


Uma dificuldade pode ocorrer com relação à definição do sexo do bebê quando na repetição da fase natal a Lua estiver para mudar de signo.




A pesquisa do Centro Astra-Nitra desenvolvia-se muito bem, mas no verão de 1968  a  União Soviética invadiu a Checoslováquia e começaram as  restrições. Em fevereiro de 1970 o Astra-Nitra foi fechado. Neste mesmo ano Dr. Eugen Jonas foi indicado ao Prêmio Nobel por seu Método Natural para Concepção.


Em menos de dois anos o Centro Astra-Nitra processou 30.000 mapas e seu resultado principal foi ter confirmado que a repetição do ângulo Lua/Sol do nascimento corresponde à maior fertilidade da mulher.


Em Budapeste, 11 de abril de 1970, Dr. Kurt Reichnitz,   Dr. Jonas, e mais 03 membros do Conselho, Dr. Barna Balogh, Dr. Stephen Dobsa e Helen Faziuk A.M., assinaram um documento afirmando que entre julho e dezembro de 1968 foram examinados  1252 casos de mulheres que participaram do teste durante 12 meses e em 1224 a concepção foi confirmada, portanto 97,7%.


O documento afirma também que o método é completamente fisiológico e não há contra indicações pelo lado médico.

Dr. Jonas continuou com suas pesquisas e escreveu outros livros. Em 2000 voltou a ser indicado ao Prêmio Nobel e ainda continua trabalhando.

Coloquem o nome Eugen Jonas no Google e encontrarão diversos sites que vendem os cálculos do Método Jonas.


É proibida a reprodução total ou parcial deste texto.

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