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Avaliação das Novas Descobertas para Inserção na Atualidade

Autor(a):

Celisa Beranger

em

26 de fevereiro de 2008

Nem tudo o que é antigo serve apenas para ser admirado à distância, como a imagem de Stonehenge. Muitas construções e obras de arte, que marcaram a história da humanidade, continuam sendo utilizadas.

É verdade que muitos prédios antigos foram transformados em museus, mas muitos outros continuam a ser normalmente habitados. Quanto às obras de arte, é comum encontramos peças antigas bem integradas em uma decoração moderna. Isto também ocorre com o conhecimento. O antigo convive com o atual desde que continue sendo útil.

Tomemos como exemplo a Filosofia, que cada vez mais retoma seu papel de destaque na sociedade. De qualquer forma, os grandes nomes dos seus primórdios, Platão e Aristóteles, jamais deixaram de ser relevantes.

Quanto à Astrologia, a grande quantidade de textos antigos traduzidos, a partir dos anos 90 do século passado, trouxe à tona a obra de autores importantes, tais como Dorotheus de Sidón e Vettius Valens, até então apenas citados, e mostrou que o nosso saber é muito mais amplo do que imaginávamos. Estas traduções levaram historiadores da ciência a pesquisarem a verdadeira história da Astrologia e livros foram publicados apresentando ao mundo o resultado destas pesquisas. Estes livros são muito importantes para nós astrólogos porque propiciam outros enfoques a respeito do nosso saber.

É curioso que também na década de 90 começaram as descobertas de objetos além de Plutão, que está nos portais do que foi denominado como cinturão de Kuiper. Também foi nesta década que astrônomos e astrólogos descobriram que Ptolomeu não tem a importância que havia recebido até então.

Há alguns anos, quando descobrimos a existência de novas traduções de textos, sua busca  possibilitou o contato com grupos e pessoas de outros países que, além de fazerem traduções também pesquisavam temas que pareciam ter sido despertados de um longo sono.

Foi assim que entramos em contato com o grupo americano do “Project  Hindsight” (que traduziu toda a obras de Valens), com o “Gracentro” e os tradutores de “Servienta”, da Espanha, a “Biblioteca Sadalsuud” de Portugal e Eduardo Gramaglia  da Argentina.

Em 2004 o grupo de estudos do Espaço do Céu, que existe desde 2001, foi reorientado para a pesquisa dos autores recém traduzidos, visando a comparação destes textos com aqueles já conhecidos de Manilus e Ptolomeu.

Desde 2003, quando no Simpósio do SINARJ apresentamos a astrologia de Dorotheus de Sidón, temos  procurado divulgar a pesquisa de  temas e autores pouco conhecidos.

No ano passado e no corrente, quando apresentamos palestras em congressos internacionais, chamou nossa atenção a apresentação de temas que o grupo de estudos vinha pesquisando, enquanto simultaneamente, eram apresentados temas relativamente modernos, como é o caso das técnicas conversas, ainda pouco utilizadas pela grande maioria dos astrólogos da atualidade.

A integração do passado com o presente, também foi a marca principal de uma conferência ocorrida há poucos meses em Sedona, Arizona (USA), designada como o “O Woodstok  da Astrologia”. Temas como Dodecatemória e Profecção estiveram lado a lado com Espaço Local e Astrologia Financeira.

Sabemos que existem astrólogos estudando alguns dos objetos do cinturão de Kuiper, especialmente Éris, integrante do novo sistema solar, estabelecido pela União Internacional dos Astrônomos em agosto de 2006.

Seguramente, os movimentos que estão ocorrendo em diversas partes do mundo ocidental promoverão novas possibilidades para o nosso saber. A integração do passado com o presente faz parte da preparação para o futuro. É uma grande satisfação saber que, ao completar 10 anos, o Espaço do Céu está  participando deste movimento, através de seu grupo de estudos e da promoção deste evento.

Em 2004, no evento “Astrologia Para Todos”, que promovemos para celebrar os 15 anos do SINARJ, o astrônomo Alexandre Cherman apresentou-se juntamente comigo no painel “Astrologia e Astronomia”. Na ocasião Cherman fez a seguinte pergunta: “Os astrólogos estão preparados para uma mudança de paradigma na Astrologia como aconteceu na Astronomia?” 

Bem, nossa hora chegou. Este evento tem como proposta chamar atenção para esta questão e abrir o debate.

Vamos ver agora, de modo sucinto, 03 temas já avaliados que merecem ser inseridos na atualidade.

LUA PRÉ-NATAL

É a Fase Nova ou Cheia do ciclo de lunação imediatamente anterior à data  do nascimento.

Será a Lua Nova para quem nasceu na fase crescente do ciclo de lunação.

E a Lua Cheia – para quem nasceu na fase decrescente do ciclo.

As condições por signo da fase anterior ao nascimento, sua relação com os demais signos (os antigos utilizavam o signo inteiro e não o grau) e as condições  do regente do signo onde se encontra a fase deverão ser avaliadas.

Em conjugação com Ascendente, Sol, Lua e Parte da Fortuna, a fase da Lua  se constitui em um dos indicadores das condições gerais da vida de uma pessoa.

Além do mais, este ponto da Lua Pré-Natal é sensível a Trânsitos, Eclipses e Direções.

SÉQUITO

Uma espécie de dignidade que deve ser utilizada em conjunto com as demais condições do astro.

O séquito  é definido pela qualidade visual mais óbvia do céu: se é dia ou noite.

O Dia  é  masculino em função do calor e vigor que  promovem atividade.

A Noite é feminina por sua umidade que promove passividade e descanso.

Séquito diurno – liderado pelo Sol, seguido por Júpiter, Saturno e Mercúrio (quando nasce antes do Sol).

Séquito noturno – liderado pela Lua, seguida por Vênus, Marte e Mercúrio (quando nasce depois do Sol).

Apenas Marte, muito seco, e Saturno, muito frio, pertencem ao séquito que equilibra a qualidade que cada um possui em excesso. Os demais astros estão no séquito que apoia suas qualidades, portanto onde estão confortáveis.

Marte à noite é menos ativo e mais defensivo, sustentando assim sua energia.

Saturno de dia é equilibrado pelo calor e pela luz, e isto promove suas melhores qualidades: ordem, disciplina, respeito e posição social.

Sem dúvida é necessário que as demais condições  destes planetas, no Mapa Natal, confirmem o favorecimento indicado pelo posicionamento no séquito correto.

Mapa Diurno – Sol acima do horizonte, portanto em uma das casas de 7 a 12 – astros do séquito diurno estarão beneficiados e noturnos prejudicados.

Mapa Noturno – Sol abaixo do horizonte, portanto em uma das casas de 1 a 6 – astros do séquito noturno estarão mais beneficiados.



Mapa diurno Mapa noturno


Posteriormente outras condições foram acrescidas para a avaliação do séquito.– Astros diurnos estão mais favorecidos em signos diurnos, ou masculinos, e astros noturnos  em signos noturnos, ou femininos.– Em um Mapa diurno (Sol acima do horizonte) astros do séquito diurno estarão mais beneficiados quando colocados no hemisfério diurno, que é o mesmo do Sol.– Em um Mapa noturno (Sol abaixo do horizonte) astros noturnos estarão mais beneficiados quando colocados acima do horizonte, que corresponde ao hemisfério noturno visível, que é o hemisfério contrário ao do Sol.

​O atendimento das três condições, a inicial e mais as duas acima, foi considerada pelos autores árabes como haiz que significa posição preferencial.


PROFECÇÃO E REGENTE DO ANO


Profecção é o movimento de uma posição natal, Ascendente, Sol, Lua, Parte da Fortuna ou qualquer outro planeta, ou ponto, de acordo com uma determinada velocidade. Tradicionalmente esta  velocidade é de um signo inteiro para cada ano de vida.


A profecção anual do Ascendente é considerada a mais importante por representar uma síntese do ano, dando origem ao Regente do Ano. Partindo do signo Ascendente, que rege do nascimento até um ano de idade, a cada ano que a idade aumenta o Ascendente avança um signo. O Regente do Ano é o astro que rege o signo que, por profecção, corresponde a uma determinada idade.


A regência da idade é considerada a partir do retorno do Sol, que corresponde à hora da Revolução Solar.


A tabela abaixo permite a localização rápida dos signos que correspondem às idades.


Observação: Considerando que a profecção funciona com o signo inteiro, quando o signo da cúspide do Fundo do Céu não for o quarto a partir do Ascendente, não será ele que corresponde às idades apresentadas na tabela acima e sim o quarto signo a partir do Ascendente. Consequentemente o mesmo ocorrerá com o signo do Meio do Céu, que nesta hipótese não será o décimo signo. Este corresponderá às idades da tabela e não aquele signo da cúspide do Meio do Céu.


Considerações a Respeito do Regente do Ano

Com relação ao signo:


No mapa natal existem astros neste signo? Qual é em que condições ele se encontra?O ano será produtivo se Sol, Lua, Mercúrio, Vênus ou Júpiter estiverem localizados no signo que corresponde à idade, ou estiverem em boa relação com ele (signos de mesmo elemento), seja no Mapa Natal ou na Revolução Solar que corresponde à idade em estudo, ou ainda se por signo, os astros acima citados, tiverem boa relação com o Regente do Ano.Também devemos observar se há planetas transitando o signo da idade em estudo porque eles afetam o ano.Devemos considerar também se na Revolução Solar do ano em questão há planetas no signo que corresponde à idade.


Com relação ao Regente do Ano propriamente dito:


O signo em que o regente se encontra no Mapa Natal possui relação com o signo do ano? Caso esteja em aversão (semi-sextil ou quincunce) não favorece o ano.Como se encontra na Revolução Solar o astro que rege o ano?

Os anos em que o signo que corresponde à idade, considerando o signo inteiro, fizer conjunção, quadratura ou oposição ao signo da Lua Pré-Natal serão anos de crise.Quando o Regente do Ano for um planeta lento seus trânsitos tornam-se mais  importantes.


Rio 28 e Março de 2008.


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