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O Mapa do Solstício e o Regente do Ano

Autora: Celisa Beranger em 10 de novembro de 2007

(Palestra no evento do SINARJ de 10/11/2007)


Vamos começar localizando os dois pontos dos solstícios e para isto é necessário lembrar dos dois círculos máximos da Abóbada Celeste: Equador (projeção do Equador Terrestre) e Eclíptica (caminho aparente do Sol). A medida que o Sol percorre seu caminho aparente dá origem a quatro  pontos muito importantes porque correspondem ao início das estações do ano: dois solstícios e dois equinócios.

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Um solstício ocorre quando o Sol atinge sua maior distância com relação ao Equador Celeste, ou melhor, sua maior declinação (23º27’ ângulo de inclinação da eclíptica). A palavra solstício vem do latim e significa “Sol estático” porque corresponde à ocasião na qual o Sol parece deter-se para recomeçar uma nova aproximação do equador.

 

Atualmente, o Sol está se aproximando do solstício que ocorre em 21 ou 22 de dezembro, quando atinge seu maior afastamento do equador na direção do Pólo Sul. Este é o solstício de verão em nosso hemisfério e o de inverno no hemisfério Norte.Para a Astrologia Tropical este solstício corresponde à entrada do Sol no 0º do signo de Capricórnio. A partir deste ponto o Sol deixa de afastar-se e começa sua ascensão em direção ao Equador até cruzá-lo em 20 ou 21 de março, no equinócio de outono do hemisfério Sul e da primavera do hemisfério Norte, que  para nós astrólogos corresponde ao 0º do signo de Áries.  Quando cruza o equador o Sol muda de hemisfério e nesta ocasião entra no hemisfério Norte celeste, como se estivesse dirigindo-se ao Pólo Norte, até alcançar seu limite no solstício de 21 ou 22 de junho, que para nós corresponde à entrada do Sol no 0º do signo de Câncer. 

A partir deste ponto o Sol volta a aproximar-se do equador até cruzá-lo em 22 ou 23 de setembro, no segundo equinócio que corresponde ao 0º de Libra, dando inicio a primavera no hemisfério Sul e outono no hemisfério Norte. Em função da variação de incidência dos raios solares, nos solstícios ocorre a diferença máxima na duração dos dias e das noites dentro das 24 horas.


No solstício de verão ocorre o dia mais longo do ano e no de inverno a noite mais longa. A partir destes pontos a diferença começa a diminuir até chegar ao  equinócio, quando o dia e a noite tem a mesma duração. A palavra equinócio vem do latim “aequs”, que significa igual e “nox”, que significa noite.


Na Roma antiga, em 25 de dezembro, havia uma festa denominada ”Dies Natalis Soles Invicti” ou  Dia Natal do Sol Invencível,  para comemorar a diminuição da duração das noites e o consequente aumento dos dias.  Naquela época o solstício ocorria bem próximo ao dia 25. Aliás, o nascimento de Jesus Cristo foi considerado nesta data para eliminar a festa pagã do Sol Invencível.  Podemos observar que a palavra “Natalis” que deu origem ao Natal, está associada ao Sol, não a Jesus Cristo.

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Na Astrologia Tropical os pontos dos solstícios e equinócios dão origem, respectivamente, aos antíscios (do grego “antiscion”, que significa reflexo) e contra-antíscios. Os antíscios são pontos que se encontram a uma mesma distância dos pontos dos solstícios, 0º de Câncer e 0º Capricórnio.


Por exemplo, um planeta situado a 20º de Touro, em um dado mapa de nascimento, tem seu astíscio a 10º de Leão (ambos estão distantes 40º de 0° de Câncer ou 140º de 0º de Capricórnio).


Um trânsito ou uma direção em 10º de Leão afeta o planeta que ali tem seu reflexo, mas isto também é válido para um planeta natal localizado neste ponto. Os contra-antiscios correspondem aos pontos que se encontram a uma mesma distância dos pontos dos equinócios, 0º de Áries e 0º de Libra.


Apenas no Brasil este regente é sempre perguntado e divulgado.


No livro “Retorno a Alexandria” o francês Robert Ambelain afirma que existem duas maneiras para encontrar o regente de cada  ano.

A primeira utiliza a tabela que os judeus trouxeram da Babilônia, quando liberados de seu cativeiro, que tem como base uma cronologia estabelecida pelos caldeus.  Em sua epístola a Henrique II Nostradamus utilizou esta antiga cronologia. De acordo com ela 2008 corresponde ao ano 6008 da criação do mundo.


Um dos centilóquios conhecidos como sendo de Ptolomeu (atualmente sabemos que eles são do século VI, e não do II d.C., no qual viveu Ptolomeu, porque abordam questões não mencionadas no seu famoso “Tetrabiblos” ou não existentes em sua época), restabelece o ciclo de 119 conjunções na sequencia planetária conhecida como ordem  caldáica, ou melhor, a ordem das esferas planetárias ocupando o  Sol o lugar da Terra.


Centilóquio L


“Não deixes de considerar as 119 conjunções, pois nelas está estabelecido o começo das coisas que neste mundo estão sujeitas à geração e a deterioração”.

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Para encontrar o regente do ano divide-se por 119 e o que resta da divisão é lido na tabela das 119 conjunções.  No caso 2008 corresponde a 6008, que dividido por 119 restam 58 e este número na tabela corresponde à Lua.


Entretanto, não é esta a tabela utilizada no Brasil para a divulgação do regente do ano, mas outra, publicada por Saint Germain no livro “Practical Astrology” considerando ciclos de 36 anos de 1801 a 1938. Esta tabela foi complementada até 2052 pela americana  Ivy Goldstein-Jacobson e publicada no livro “The Way of Astrology”, no qual a autora sugere que seja observada, no mapa natal, a casa do regente do ano. Os assuntos correspondentes à esta casa estarão ativos durante aquele dado ano. De acordo com esta tabela o regente de 2008 é Marte.

A segunda maneira para localizar o regente do ano é indicada por Junctino de Florença do século XVI, através de 16 regras aplicadas ao mapa do solstício de dezembro elaborado para a capital do país.

Regras para o Regente do Ano 

O planeta mais poderoso do tema do solstício de Capricórnio calculado através dos seguintes coeficientes:


Planeta em seu domicilio ou sua triplicidade – 3
Planeta em exaltação – 4
Planeta regente da hora planetária – 6
Planeta regente da casa I – 5
Planeta na casa I – 5
Planeta na casa II – 6
Planeta na casa III – 3
Planeta na casa IV – 9
Planeta na casa V – 7
Planeta na casa VI – 2
Planeta na casa VII – 10
Planeta na casa VIII – 4
Planeta na casa IX  – 5
Planeta na casa X  – 12
Planeta na casa XI – 3
Planeta na casa XII – 1

Vamos abordar a regência por triplicidade, pouco utilizada nos dias de hoje.  Há divergências com relação a estas regências Utilizamos a que ficou conhecida como sendo de Dorotheus de Sidón porque foi apresentada no livro deste autor, do século I d.C, e também foi considerada por todos os autores dos primórdios. No mapa do solstício. Marte em Câncer e Vênus em Escorpião encontram-se na própria triplicidade, embora sendo o mapa noturno Marte é o regente noturno da água.

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Vamos abordar outra regência pouco usada, a hora planetária.
Ela é obtida da divisão por 12 do tempo decorrido do nascer ao pôr do Sol e deste ao nascer do Sol do dia seguinte. A primeira hora do dia é regida pelo astro que rege o dia da semana e a sequencia segue a ordem caldáica.

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Como o solstício ocorre no dia 22 de dezembro às 4:09 (hora de Brasília) da noite de sexta-feira, dia de Vênus, ela é a 22ª hora, que é regida por Vênus.


Aplicando todas as regras encontramos, Marte e Saturno empatam com 12 pontos .


Contudo, a Astrologia Mundial e Política não utilizam simplificações e por este motivo não considera um regente para cada ano. Para estudar o ano de um país são necessários diversos mapas: dos equinócios e solstícios, dos eclipses do Sol e da Lua, e mais aqueles das demais Luas Novas e Cheias e ainda os Trânsitos e Direções com relação ao mapa do país e da posse de seu governante.
Na verdade, o mapa do equinócio de Março é considerado como base para a visão do ano astrológico e os mapas dos solstícios e do equinócio de setembro devem ser comparados com ele. O mapa do solstício, em 22 de dezembro de 2007, começa a atuar no início de dezembro e permanece em ação até o início de março de 2008, quando começa a atuar o mapa do equinócio.

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Como o solstício de 21 de junho, o mapa de 22 de dezembro apresenta repetições do mapa do equinócio de 2007 (ver este mapa no texto Previsões para 2007), especialmente a força de Netuno, que nos colocou em mais um ano de escândalos, complôs e manobras, (que acabaram derrubando o Presidente do Senado) inundações e problemas com gás, enfraquecimento moral e passividade da população.


No mapa do solstício de dezembro, mais uma vez Netuno está na casa 4 em quadratura ao Ascendente.  Mas este mapa apresenta um forte ênfase na casa 2  em oposição a Marte na casa 8.


A casa 2 indica as condições econômicas do pais e do povo, seu poder aquisitivo, os resultados do trabalho, a produção de bens e ainda os bancos e a bolsa.

A casa 8 corresponde às relações financeiras, ao resultado de acordos internacionais, investimentos estrangeiros no pais. Dividas e obrigações. Tudo o que esta ligada a morte, inclusive a morte de pessoas importantes.

A tensão no eixo 2-8 indica crises que levam a mudanças. Ostentação e imprudência do governo em operações financeiras equivocadas levam ao risco da perda de resultados. Também pode ocorrer euforia e queda nas bolsas, problemas em acordos internacionais, aumento de impostos e taxas e até algum atentado.


A presença de Saturno na casa 10 em quadratura com a Lua na casa 7, indica dificuldades em alianças, acordos e tratados. Baixa de popularidade para o governo e políticos. Pessimismo por parte do povo e restrições a ele.


Bem, isto é apenas uma pequena parte, ainda há muito mais a ser estudado para definir o ano do Brasil.


Rio de Janeiro, 10 de novembro de 2007


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