Espaço do Céu - Astrologia
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Celisa Beranger
A Hereditariedade Astrológica
Autor(a):
Celisa Beranger
em
2 de junho de 2007
Introdução e Justificativa
Muitos anos de trabalho com a busca e retificação da hora do nascimento e ainda o atendimento de vários membros de uma mesma família possibilitaram a observação da repetição de fatores astrológicos na análise de Cartas de nascimento de avós, filhos e netos.
Passamos então a incluir, em nossos procedimentos para a busca da hora do nascimento, o estudo de mapas de membros diretos da família (avós, pais, filhos, irmãos). Até mesmo sem dispor da hora, a data já mostrava relações importantes.
Muitas vezes foram as Cartas de membros da família que possibilitaram a formulação de uma hipótese para a localização da hora de nascimento. As posições de planetas próximos aos eixos Ascendente-Descendente ou Meio do Céu-Fundo do Céu, os signos do Sol, da Lua ou do Ascendente, as casas do Sol ou da Lua e até mesmo interaspectos do mapa do filho com o mapa dos pais foram a chave para localização da hora do nascimento. A respeito desta questão, no final vamos apresentar um exemplo.
Sabemos que muitas áreas de estudo se ocupam do tema da hereditariedade, especialmente a área biomédica, adotando o conceito de que hereditariedade é a transmissão de caracteres físicos ou morais de uma pessoa a seus descendentes.
Pesquisas de biólogos e psicólogos da Universidade americana de Harvard já haviam comprovado a presença da hereditariedade no temperamento. Em abril de 1999 o Centro de Pesquisas de Gêmeos e Adotados da Universidade de Minnesota, divulgou o resultado da pesquisa de 20 anos que utilizou 8.000 pares de gêmeos, separados pouco depois do nascimento, para avaliar as influências relativas à genética e às circunstâncias ambientais na formação da personalidade.
Os pesquisadores chegaram ao que foi chamado de índice de hereditariedade nos traços comportamentais.
A conclusão apresentou a participação de 55 a 70% do componente genético em vários itens do temperamento. Eles comprovaram que descobriram que diversos traços pessoais possuem forte componente hereditário. A agressividade, por exemplo, possui o mais forte componente genético, 80%, a inteligência é 70% determinada pela genética, a suscetibilidade e a propensão a ser influenciado pelos outros é um traço 60% hereditário. A capacidade de obter prazer estético é 55% produto da genética. As doenças mentais possuem carga genética mais forte que as doenças físicas, mas as doenças cardíacas, diabetes, hipertensão e úlcera são hereditárias.
O mais significativo nesta pesquisa foi a possibilidade de medir cientificamente algo que já se sabia há muito tempo. Os pais passam aos filhos não apenas a parte física, mas também os traços de personalidade e com isto a genética contribui para moldar o caminho das pessoas no mundo. Podemos lembrar a quantidade de cantores filhos de cantores, cineastas, atores de cinemas, pilotos nas fórmulas Um e Indy e tantas outras profissões nas quais os filhos seguem a mesma escolha dos pais.
No resultado da pesquisa de Minnesota, cada um dos itens relacionados corresponde analogicamente aos significados astrológicos dos planetas da Carta de Nascimento, por este motivo podemos admitir que, de certa forma, esta pesquisa confirma a hereditariedade astrológica. Vejamos o resumo dessa pesquisa.
CENTRO DE PESQUISAS DE GÊMEOS E ADOTADOS DA UNIVERSIDADE DE MINNESOTA – 1979 A 1999
Influência da hereditariedade nos traços comportamentais
MAIOR INFLUÊNCIA GENÉTICA
AGRESSIVIDADE E OUSADIA:
Marte
DOENÇAS:
Coração – Sol
Diabetes – Vênus e Júpiter
Hipertensão – Júpiter
Mentais – Mercúrio
Úlcera – Lua
INTELIGÊNCIA: Mercúrio
MÉDIA INFLUÊNCIA GENÉTICA
ANSIEDADE – Mercúrio e Urano
AVERSÃO A RISCOS – Saturno
CAPACIDADE DE LIDERANÇA – Sol e Marte
CAPACIDADE DE OBTER PRAZER ESTÉTICO – Vênus e Netuno
ESCOLHA DA CARREIRA – Meio do Céu, planetas ligados a ele e outros fatores
EXTROVERSÃO – Predominância no elemento Fogo, Júpiter, Marte
FELICIDADE – Vênus e Júpiter
OTIMISMO OU PESSIMISMO – Júpiter ou Saturno
POSTURA IDEOLÓGICA – Urano ou Netuno
SUSCETIBILIDADE - PROPENSÃO A SER INFLUENCIADO PELOS OUTROS – Netuno
RELIGIOSIDADE – Netuno
TIMIDEZ – Saturno ou Lua
TRADICIONALISMO – Saturno
Pesquisa Histórica
Em nosso trabalho de pesquisa decidimos então investigar a possibilidade de comprovação da transmissão de caracteres pessoais, ou melhor, a presença da hereditariedade nos Mapas de nascimento.
Começamos pela pesquisa histórica e verificamos que há pelo menos 18 séculos, a Astrologia afirma que a hereditariedade pode ser localizada na Carta Natal. A primeira referência encontrada é do século II, no Tetrabiblos de Claudio Ptolomeu, Livro III, capítulo 1:
“As posições que circundam o momento de nascer, induzem a que o nascimento concorde com o estado apropriado do ambiente que o rodeia. Porque a natureza depois de sua criação o faz mover-se para sair do corpo materno, quando a qualidade do ambiente se assemelha àquela em que se formou”.
Contudo, a referência mais famosa é de Johannes Kepler, o famoso astrônomo e também astrólogo, no livro “De Armonice Mundi”, do século XVI: “Quando o feto está pronto, a capacidade formativa do ser que controla a geração, rodeia potencialmente seus quadris e empurra o feto e com isto estimula a nova vida na ocasião em que as estrelas retornam aos locais do nascimento do pai e mãe, ou alguma configuração similar chamando o ser à memória de si mesmo e do seu caráter celeste. Há um argumento perfeitamente claro além de outros, em favor da Astrologia, a relação horoscópica entre pais e filhos”.
Em defesa desta afirmação, em 15 de março de 1598, Kepler escreveu uma carta a seu mestre Maestlin (publicada em 1981 no livro Die Astrologiae des Johannes Kepler de H.A.Strauss), na qual apresenta as similaridades e inter-relações entre o Mapa de Maestlin e do filho:
“Observe a semelhança entre os dois nascimentos: Você nasceu sob uma conjunção de Sol e Mercúrio e seu filho também, ambos com Mercúrio antes do Sol. Você tem um trígono Lua-Saturno e ele quase um sextil. Você tem um quase trígono Sol-Saturno como ele. No ponto onde está o seu Saturno ele tem o Sol e Mercúrio. Onde está localizada sua Lua, encontra-se o Júpiter dele. No ponto de sua Vênus seu filho tem o Nodo Sul, e a sua Vênus é oposta à dele. Como seu filho, você tem Marte e Júpiter muito próximos e no ponto onde está o seu Júpiter encontra-se precisamente o Marte de seu filho.”
“Há um argumento claro, além de outros, em favor da Astrologia, a relação horoscópica entre pais e filhos”.
No século passado, encontramos diversas pesquisas e estatísticas que enfocaram a hereditariedade astrológica. O francês Paul Choisnard dedicou um bom tempo à compilação de dados para provar a hereditariedade e, em 1919, montou a primeira estatística astrológica. Em sua pesquisa Choisnard concluiu que havia uma tendência para que as crianças nascessem com Sol, Lua, Ascendente ou Meio do Céu no mesmo signo dos pais e afirmou: “A criança não tem um tal caráter por nascer em um dado momento, ela nasce no tal momento porque por hereditariedade terá tal caráter.”
Anos mais tarde, em 1939, o estatístico suíço Karl Krafft, tido como astrólogo, enfatizou algumas afirmativas de Choisnard em seu Traité d’Astrobiologie: “O homem não vem ao mundo sob um céu qualquer, mas sob um céu que mostra semelhança marcante com o céu de nascimento de outros membros de sua família”.
As pesquisas de Choisnard e Kraft chamaram a atenção do francês Michel Gauquelin, que pertencendo a uma família na qual astrologia era um assunto comum acabou apaixonando-se pela matéria.
Estudando na Sorbonne, em 1950, tomou conhecimento da importância da pesquisa científica e decidiu verificar os trabalhos de Choisnard e Kraft. Ao descobrir erros de metodologia concluiu que nenhum elemento da tradição astrológica resistia a uma avaliação científica e afirmou: “foi como ser traído pela amada”. A partir daí voltou-se contra a Astrologia. Este sentimento levou o escorpião Gauquelin a dedicar obsessivamente 40 anos de sua vida a estatísticas envolvendo a correlação entre a posição dos astros no nascimento e os traços de caráter, primeiro, e depois a hereditariedade, afirmando, entretanto, que seu objetivo era apenas estatístico e não astrológico. Isto fez com que a maior parte do meio astrológico não se interessasse por suas pesquisas.
Sabemos que, todos os dias, em função da rotação da Terra e à imagem do Sol, cada astro ascende no horizonte leste, culmina no meridiano e põe-se a oeste.
A primeira estatística Gauquelin constatou que a relação entre o sucesso profissional em algumas categorias (homens de ciência, campeões esportivos, militares, políticos, executivos, pintores, músicos, escritores, atores, poetas e jornalistas) e a posição da Lua, Marte, Júpiter e Saturno na ascensão e culminação ou pouco antes disto. Estas foram consideradas como as zonas mais fortes (próximas aos pontos do Ascendente e Meio do Céu) e ainda nas zonas consideradas mais fracas, após o ocaso e a culminação inferior (antes do Descendente e Fundo do Céu). Algum tempo depois o planeta Vênus também foi incluído nos resultados de Gauquelin, embora menos ligado ao resultado da atividade profissional.
Michel e sua mulher Françoise organizaram um questionário, destinado a pessoas de nível universitário e pediram que assinalassem em uma lista de 100 traços de caráter os que pareciam de acordo ou não com a realidade. O exame dos resultados permitiu eles estabelecessem uma imagem dos traços psicológicos ligados a cada profissão e planeta. Por exemplo: cientistas tem a influência de Saturno, por isto são escrupulosos, introvertidos, tímidos, silenciosos , discretos, prudentes.
Vejamos alguns dentre os traços de caráter estabelecidos por Gauquelin com relação aos 5 astros por ele considerados:
Lua – de bom coração, flutuante, imaginativo sonhador, tolerante.Vênus – agradável, afável, elegante, gracioso, gentil.Marte – ardente, ativo, combativo, corajoso, temerário.Júpiter – de gestos amplos, independente, precisa mostrar-se, pródigo e vaidoso.Saturno – concentrado, metódico, modesto, organizado, reservado.
Os resultados obtidos com os traços correspondentes aos planetas levaram Gauquelin a formular a hipótese de que a verdadeira correlação não é entre planeta e sucesso, mas entre planeta e traços de caráter, porque como observou “na realidade os fatores planetários são simplesmente testemunhas do temperamento” e estes levam à escolha da profissão, daí a designação de seu trabalho como “Método dos Traços de Caráter”.
Visando a aceitação de seu método pelo meio acadêmico, Michel, auxiliado por sua primeira esposa Françoise, fundou o “Laboratório de Estudos da Relação entre Ritmos Cósmicos e Psicológicos”, que publicou 30 volumes contando os resultados de seus experimentos.
Nos anos 60 Gauquelin formulou a hipótese da hereditariedade para testar a possibilidade de que efeitos genéticos pudessem explicar os resultados anteriormente obtidos com pessoas famosas, mas também para responder às críticas feitas à utilização apenas de dados de pessoas de sucesso.
“Se a posição de um astro é indicativa de tendência de caráter, a tendência deve ser hereditária.”
Até 1977 foram estudadas cerca de 30.000 datas obtidas em Cartórios de Registro Civil na França, que obrigava a informação da hora do nascimento. A conclusão destas pesquisas apresentou a tendência das crianças nascerem com os mesmos astros dos pais nas mesmas zonas fortes (próximas à ascensão ou culminação) já encontradas para os traços de caráter no estudo dos profissionais de sucesso. Esta tendência dobrava quando pai e mãe tinham um mesmo planeta em uma mesma zona.
Contudo, como na pesquisa dos traços de caráter, no resultado apareceram apenas os mesmos cinco astros Lua, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.
Gauquelin afirmou nada ter encontrado com relação à hereditariedade zodiacal, ou melhor, envolvendo signos ou aspectos. Entretanto, como Choisnard, ele pesquisou apenas a repetição do signo do Sol, da Lua, do Ascendente ou do Meio do Céu e, na comparação de Mapas de Nascimento de pais e filhos, acrescentou a pesquisa da distância entre Sol e Lua.
A experiência, antes feita manualmente, foi repetida por computador entre 1979 e 1984. A importância da tendência encontrada nos primeiros estudos não apresentou a mesma significância estatística anteriormente obtida. Em um novo experimento, composto de 50.942 mapas, apenas a zona de ascensão apresentou alguma força, ou quando ambos os pais possuíssem um mesmo planeta em uma zona forte. Contudo, ainda assim os resultados Não foram tão importantes quanto os primeiros. Gauquelin afirmou então que seria necessário repetir a experiência com 100.000 novas datas, mas ele desistiu da vida, em maio de 91, antes que isso fosse possível.
As experiências em computador foram importantes porque permitiram a revisão da ponderação quanto a partos cirúrgicos impedirem a hereditariedade. Gauquelin concluiu que a interferência médica não modificava a distribuição das horas de nascimento e, portanto, não impedem a hereditariedade.
É importante ressaltar que Michel Gauquelin não era astrólogo e, portanto, não possuía prática astrológica, e isto teve grande peso na formulação de sua pesquisa de hereditariedade. Contudo, de qualquer forma, a importância de suas pesquisas é inestimável, porque além de estabelecer as fundações para uma Astrologia com embasamento científico, validou a força dos dois eixos principais da Carta (Ascendente – Descendente e Meio do Céu – Fundo do Céu), fundamentou a premissa astrológica da correlação entre a posição dos astros no nascimento e a personalidade e ainda confirmou os significados astrológicos dos planetas (os traços por ele definidos para Lua, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno corroboram os significados utilizados pela Astrologia). Entretanto, quanto à hereditariedade, os últimos resultados mostraram que a questão era bem mais complexa. Gauquelin resumiu toda sua experiência quanto à hereditariedade no livro Planetary Heridity.
De qualquer forma, as pesquisas de hereditariedade de Michel Gauquelin renderam bons frutos.
Percy Seymour, astrônomo e astrofísico inglês especialista em magnetismo cósmico, um dos poucos acadêmicos que aceitou a pesquisa de Gauquelin, concebeu uma teoria baseada em suas investigações sobre a hereditariedade. O modelo científico de Seymour está fundamentado na ressonância. Para o astrônomo inglês é como se todo o Sistema Solar executasse uma sinfonia complexa: a música das estrelas.
Em seu livro Astrology The Evidence of Science, Seymour afirmou que pesquisas biológicas já mostraram que muitas formas de vida, de bactérias a seres humanos, conseguem utilizar o campo magnético da Terra como orientação, portanto as vibrações do campo magnético exercem efeito sobre muitas formas de vida, inclusive as dos seres humanos.
Em seu modelo Seymour considera que o campo magnético da Terra está vinculado aos movimentos do Sol, da Lua e dos planetas que enviam seus efeitos para nós através de sinais magnéticos. Seymour afirma que o sistema nervoso central do feto atua como uma espécie de antena, por meio da qual detecta algumas vibrações. De acordo com a teoria de Seymour somos programados sob certas frequências e isto ocorre pela genética. O feto está predisposto a ouvir sinais planetários específicos, ou melhor, uma gama melódica própria dentro da Sinfonia do Sistema Solar, como um rádio sintonizado para ouvir uma dada estação. Seymour considerou que um sinal permite que o bebê faça sua entrada no mundo e é desta forma que ele responde à melodia cósmica. Portanto a captação da antena depende da hereditariedade.
O segundo fruto das pesquisas de Gauquelin foi à inspiração para a pesquisa Discepolo/Miele. Estes dois astrólogos italianos em 1990 solicitaram a ajuda de Gauquelin para o fornecimento de dados (uma vez que na Itália não havia obrigatoriedade da informação da hora do nascimento para o registro) e montaram uma pesquisa para provar a hereditariedade em termos de Zodíaco, negada por Gauquelin, mas visivelmente comprovada na prática.
Os dois italianos estabeleceram 25 variáveis, relacionando os signos do Sol, Lua e Ascendente e as Casas do Sol e da Lua de pais e filhos.
Os resultados obtidos, em um experimento com 8.219 datas de franceses foram analisados pelo Departamento de Matemática e Estatística da Universidade de Nápoles. Os responsáveis pelo departamento Francisco Mola e Luigi D’Ambro confirmaram a evidência principal, com alto nível de significância estatística:
As crianças nascem com mais frequência com o Ascendente no signo do Sol do Pai ou da Mãe.
Embora com significância menor outras variáveis também se destacaram:
A Casa do Sol do Filho é a mesma da Lua da Mãe.
O Signo Solar do filho no Signo Ascendente da Mãe.
A Casa do Sol do Filho é a mesma do Pai.
A Signo Solar do Filho repete o do Pai.
Um segundo experimento foi montado com 3.972 datas de italianos, conseguidos a duras penas. Neste novo experimento a significância estatística relevante foi apenas para a relação do signo Ascendente do filho com o signo solar do pai.
Os resultados da pesquisa italiana foram publicados no livro Osservazioni politematiche sulle ricerche Discepolo/Miele.
Em 1999, quando fizemos contato com Discepolo, ele nos disse que após o estudo de 75.000 nascimentos podia reafirmar a tendência dos filhos nascerem, com mais frequência que a média, com o Ascendente no signo do Sol do pai ou da mãe. O que é, aliás, facilmente comprovado na prática.
Nossa Pesquisa
Estudando as pesquisas de Gauquelin e Discepolo, decidimos montar um pequeno experimento.
Para isto, no começo de 1999 levantamos 610 datas de nascimento constituindo 244 relações familiares.
Foram estabelecidas 36 variáveis relacionando os signo do Sol, Lua e Ascendente, as casas do Sol e da Lua, os aspectos ptolomaicos de planetas ao Sol e a Lua, a conjunção de até 10o dos planetas aos pontos Ascendente, Descendente, Meio do Céu, Fundo do Céu e ainda a localização de planetas nas casas angulares 1, 4, 7 e 10).
O resultado do grupo de controle invalidou alguns dentre os resultados obtidos nas 244 relações verdadeiras, tais como a repetição da conjunção de planetas aos ângulos e as ligações dos aspectos do Sol, encontrada nas famílias verdadeiras.
Foram os seguintes os nossos resultados obtidos:
O Signo Solar do Filho no Signo Lunar da Mãe.
O Signo Lunar do Filho no Signo Ascendente do Pai.
O Signo Ascendente do Filho no Signo Solar da Mãe.
A Lua do Filho na mesma casa da Lua da Mãe.
Os resultados obtidos confirmaram a importância da relação entre os signos do Ascendente, Sol e Lua de Pais e Filhos.
Com o intuito de tornar a pesquisa abrangente, acabamos utilizando um número excessivo de variáveis e quando constituído o grupo de controle – montado misturando as famílias e criando famílias falas – muitas variáveis não apresentaram o resultado esperado, como foi o caso das posições junto aos ângulos, embora elas sejam facilmente observadas na prática.
No conjunto de dados levantados para o nosso estudo se encontravam famílias compostas por três ou quatro gerações. Resolvemos estudar algumas delas isoladamente e assim comprovamos a existência de características familiares próprias.
Há famílias caracterizadas por ligações do Sol ou da Lua com um dado planeta, mas os aspectos variam. As posições de planetas junto aos ângulos se repetem, mas nem sempre no mesmo ângulo, como buscava Gauquelin.
Apresentamos a seguir as características de algumas dentre as diversas famílias estudadas:
Na analise da árvore genealógica de uma família de três gerações, composta por 20 membros diretos, encontramos as seguintes características:
A ligação por aspecto do Sol com Júpiter aparece em 11 membros.
Saturno apresenta-se angular em metade dos membros. Em 5 membros está em conjunção ao Ascendente e em outros 5 em conjunção ao Meio do Céu.
Conjunção Lua – Saturno:
Avô em Capricórnio em conjunção ao Fundo do Céu.
Filho em Sagitário junto ao Ascendente.
Neto em Peixes junto ao Descendente.
Plutão em conjunção ao Ascendente:
Avô em Câncer.
Filho em Leão.
Neto em Libra.
Predominância de astros na Casa 9, com participação do Sol:
Avô em Peixes.
Filho em Libra.
Neto em Capricórnio.
Saturno em conjunção ao Descendente: Pai em Leão
uma Filha em Leão
outra Filha em Câncer
A quadratura Lua – Saturno: Avó, filha e neto.
Aspectos tensos entre Vênus e Saturno: Avó, duas filhas e quatro netas.
Uma outra questão observada em nossos estudos foi o fato de muitas vezes, como na herança física, a hereditariedade astrológica pular uma geração. Verificamos que, muitas vezes, o neto nasceu no mesmo dia do avô ou avó, portanto com o Sol no mesmo signo e em conjunção ao do avô ou avó, ou o neto nasceu com o mesmo Ascendente do avô ou avó.
Anos depois de nossa pesquisa encontramos uma sugestão do inglês Charles Carter com relação ao Fundo do Céu (cujo assunto, como sabemos, se refere a própria família, suas bases e raízes).
“O signo desta cúspide corresponde àquele do Sol, Lua ou Ascendente do Pai ou da Mãe”.
Fizemos esta pesquisa e comprovamos que costuma haver uma relação deste ponto com um planeta do Pai ou da Mãe, embora nem sempre ele corresponda aos signos do Sol, Lua ou Ascendente como afirmou Carter.
Apresentamos abaixo algumas dentre as características mais comuns encontradas nas relações familiares entre Pais e Filhos.
Ascendente do Filho no signo solar do Pai ou da Mãe.
Filho com o Sol no mesmo signo do Pai ou da Mãe.
Filho com o mesmo signo Ascendente do Pai ou da Mãe.
Filho com o Sol no signo Ascendente do Pai ou da Mãe
Filho com a Lua no mesmo signo da Mãe ou do Pai.
Filho com o mesmo planeta do Pai ou da Mãe junto a um dos 4 ângulos (Asc-Des-Mc-Fc).
Filho com o Sol na mesma casa do Pai ou da Mãe.
Repetição da ligação por aspecto do Sol ou da Lua com um dado planeta, mas o arco é diferente.
Vejamos agora um da utilização dos mapas de filhos para localizar a hora do nascimento da Mãe.
Uma senhora informou que a mãe lhe disse que ela havia nascido entre 11:30 e 13 horas. Dentro desta faixa o Ascendente poderia estar no signo de Leão ou no de Virgem. A descrição pessoal indicava que o Ascendente deveria estar no signo de Virgem e sua filha menor tinha o Sol neste signo. O Sol da Sra. ,em Gêmeos, poderia localizar-se na Casa 9 ou na 10 e seu filho mais velho apresentava o Sol na Casa 9. Colocar o Ascendente próximo ao grau do Sol da filha, colocava o Sol na casa 9, como o do filho. Este foi um bom começo para localizar a hora do nascimento.
CONCLUSÃO
Para finalizar podemos afirmar que, independente da constatação estatística, observamos que, na prática, a presença da hereditariedade é incontestável. Comprovamos que as famílias possuem suas próprias singularidades e a multiplicidade de fatores com que nos deparamos dificulta a localização de valores que possam ser estatisticamente isolados. Sem dúvida devemos continuar a procurar outras correlações seguras, como é o caso da relação do Ascendente do filho com o Sol de um dos pais e quantas mais encontrarmos mais poderemos fortalecer o saber astrológico, independente de resultados quantitativos.
Como se observa facilmente, o tema da Hereditariedade Astrológica se apresenta como um fértil campo de estudos e investigações.
Rio de Janeiro, 2 de junho de 2007
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